Temējakrekatê: gnosecídio, resistência e transcolonialidade dos Saberes Tradicionais no Vale do Tocantins-Araguaia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Azevedo-Lopes, Ronnielle de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17506
Resumo: O texto e sua escrita, interpelados pela outreidade cosmo-ontognosiológica no Vale do Tocantins-Araguaia, enuncia múltiplos agenciamentos e transcolonialidades. Gnosecídio é uma operacionalidade da colonialidade, a resistência dos saberes tradicionais seu contramovimento. Frente à hegemonização da herança dos brancos – o logocentrismo, sua metafísica, sua paidéia, sua força, seus currículos – e sua colonialidade, heranças outras – indígenas, quilombolas, ribeirinhas, campesinas – resistem e se dinamizam por agenciamentos coletivos e cósmicos que, reiteradamente, escapam às tentativas de controlar a acontecência da diferença. Frente a múltiplos enquadramentos, entre eles necropolíticos e gnosecidas, os povos tradicionais no Vale do Tocantins-Araguaia – campesinos, ribeirinhos, quilombolas, agroextrativistas e indígenas –, como os Akrãtikatêjê, reivindicam múltiplas agências. Os Akrãtikatêjê, povo de performatividade timbira-gavião, ao buscar/negociar autodeterminação (etnodeterminação) na dinâmica de suas memórias, transinventam/transcolonizam instituições, dispositivos e nomes dos brancos, como a escola e o currículo. A escola e o currículo akrãtikatêjê são agenciados no/a Temējakrekatê em vista do praticar a cultura, como me enunciou a cacica do Povo Akrãtikatêjê, Tônkyré: “Uma faculdade aqui é o nosso centro de ensinamento, eu falo assim: quando meu pai teve essa ideia brilhante de botar Temējakrekatê, o núcleo da sabedoria... Porque nós sabemos o que nós queremos”. O praticar a cultura e suas transinvenções performatizam o devir ancestral reivindicado pelos povos tradicionais. O sim à performatividade dos saberes tradicionais por um coletivo tradicional é um ato de resistência. Esta tese se movimenta nestes agenciamentos, nestas transcolonialidades e em certo etnoenvolvimento no Vale do Tocantins-Araguaia.