Concepções de leitura: obras literárias para neoleitores do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL- 1970 a 1985)
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18121 |
Resumo: | Na formação de leitores e escritores jovens e adultos há vínculos entre os modos como esses sujeitos concebem a leitura ao longo do tempo, e as vivências, participação na vida social e produção de saberes cotidianos. A literatura, por sua vez, como forma de compreensão da vida, contribui para que esses vínculos sejam ampliados e ressignificados. Nessa tese, uma investigação sobre fontes históricas de um imenso movimento de alfabetização durante o período da ditadura civil-militar no Brasil, buscou-se compreender como a leitura foi sendo pensada e expressa em obras literárias oferecidas aos sujeitos recém-alfabetizados — neoleitores do Mobral —, como parte de sua formação como leitores, considerando modos sociais e acadêmicos. Para isto, a pesquisa dialogou com autores do campo da EJA, e de outros campos, cujos estudos são referência na área da leitura e da escrita e da formação de leitores e escritores. A abordagem teórico-metodológica adotada, de natureza qualitativa, contou com farto levantamento bibliográfico e sistemático, valendo-se do paradigma indiciário, em acervos de fontes de leitura previamente definidas, do período histórico de 1970 a 1985 (período de atuação do Mobral), o que definiu o corpus. Valeu-se de registros em diário de campo; de mapeamento de obras constantes dos acervos alcançados, delimitadas por critérios sugeridos pelos próprios levantamentos e pela produção de quadros categoriais; por fim, para melhor capturar revelações do trabalho de interrogação das fontes, quanto a concepções ideológicas e epistemológicas dos materiais em análise, valeu-se de referenciais históricos e teóricos do campo da leitura e de políticas de educação. A pesquisa apoiou-se, como uma das fontes, no acervo do Projeto do Centro de Referência e Memória da Educação Popular e Educação de Jovens e Adultos do Rio de Janeiro (CReMEJA), mas, também, em acervos de outros espaços de memória da cidade do Rio de Janeiro. Conclui-se que as obras literárias oferecidas aos neoleitores vinculavam-se ao cotidiano dos sujeitos, por retratarem situações similares à realidade de vida de cada um. Surpreende positivamente entre iniciativas desenvolvidas pelo Mobral, ao expressar a literatura com papel central na vida de neoleitores, pela valorização de textos literários para a formação de sujeitos, em uma época de censura no campo das artes, da imprensa e da política. Apesar de o Mobral ter sido implementado como propagador da ideologia dominante no regime ditatorial, não é possível afirmar que todas as práticas pedagógicas daquele tempo atuaram para a opressão e a alienação. Os indícios revelam o poder de resistência, pela literatura, ao modelo político e ideológico. |