Cadê a avaliação que estava aqui? Sentidos e concepções que permeiam o processo de transição das crianças em idade pré-escolar para o 1º ano do Ensino Fundamental
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20958 |
Resumo: | Essa dissertação de Mestrado investiga as concepções e os sentidos que permeiam os processos pedagógicos na transição vivenciada pelas crianças em idade pré-escolar para o 1° ano do Ensino Fundamental a partir dos estudos sobre avaliação da aprendizagem. A pesquisa de campo foi autorizada pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME/RJ) e realizada em uma escola pública, localizada na área da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE). Reconhecer a Educação Infantil por suas especificidades, conceber as crianças como sujeitos centrais do processo educativo e assumir a avaliação pelo viés formativo, que o constitui, são os pilares desse estudo. A pesquisa está inserida no escopo de investigação do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas, Avaliação e Infâncias (GEPPAI), credenciado ao Programa de Pós-Graduação (ProPEd /UERJ). Como aporte teórico, temos as contribuições de Esteban (1993), Hoffmann (2009) e Louzada (2017, 2020, 2021, 2023), que discutem as tensões da avaliação da aprendizagem na Educação Infantil, os impactos da lógica preparatória em turmas pré-escolares e o lugar da alfabetização nesta etapa. Dialogando com as infâncias que habitam a Educação Infantil, encontro em Kramer (2007, 2011, 2013), Qvortrup (2010a, 2010b, 2011), Fernandes (2005, 2009) e Sarmento (2003, 2011), uma potente discussão sobre as significações da infância, os sentidos históricos que influenciam o pensar sobre as crianças e o fazer educacional. Para as discussões sobre o processo de transição entre os segmentos citados, Barboza (2020) e Pina (2019) trazem reflexões, apontam as dicotomias das práticas pedagógicas, os desafios existentes e os desencontros das políticas que orientam o trabalho educativo nas escolas. E referente à avaliação institucional, Freitas et al. (2012) nos apresentam os três níveis de avaliação, oferecendo o entendimento sobre o funcionamento e a interação desses processos no interior das escolas. Pautamos nossa metodologia nos estudos de Toledo e Jacobi (2013) e Lüdke e André (1986), que pensam a observação empírica e as relações estabelecidas na pesquisa de campo, como um cenário propício para a pesquisa-ação-participante, princípio entendido por seu duplo movimento e possibilidade de transformação social. Considero que a pesquisa sinaliza pontos de atenção frente às práticas pedagógicas que estão sendo assumidas pela Rede Municipal do Rio de Janeiro, uma vez que, apesar de a Educação Infantil ser orientada oficialmente por documentos que coadunam com as suas especificidades, é perceptível o afastamento das propostas projetadas para as turmas do 1° ano do Ensino Fundamental, em que as práticas avaliativas observadas tornam-se descontextualizadas e as crianças, egressas da Educação Infantil, passam a ser responsabilizadas e precocemente classificadas, caso não se adequem ao que fora instituído como padrão pelas orientações avaliativas da Rede. Concluo que assumir as práticas avaliativas como possibilidade pedagógica, alinhadas ao contexto da Educação Infantil, é negar a linearidade dos percursos de aprendizagem das crianças e a simplificação desta etapa a uma limitada preparação para as fases futuras da vida. Desse modo, defendo a Educação Infantil por sua potencialidade, a aprendizagem significativa como direito e a avaliação por seu viés processual, entendida como possibilidade de investigação do processo educativo. |