A pixação e o grafite podem ser artes de combate? Negociações e sociabilidades nas margens do tecido urbano
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15566 |
Resumo: | Este estudo é um olhar sociológico sobre duas manifestações estéticas: grafite e pixação. Nesse trabalho são compreendidas como lugares de experiências de artes de combate nas margens do tecido urbano (DAS.; POOLE, 2008). Provocado pelo desconforto causado pela leitura da literatura especializada sobre essas duas manifestações que tende alimentar uma oposição entre os que outrora foram considerados manifestações de um mesmo mundo, questiona-se o status dado ao grafite, considerado a nova manifestação artística do século XXI (SOUZA, 2013). Em contraposição a estas pesquisas pretende-se, nesse trabalho, privilegiar tanto o grafite, quanto a pixação enquanto manifestações das ruas, onde suas sociabilidades, conflitos, negociações fazem parte desse meio e sob o qual os atores e atrizes tendem a valorizar como espaço de liberdade e criação de seus grafites e pixações. Os principais conceitos teóricos em que se baseia essa pesquisa são mecanismos de desencaixe, através das fichas simbólicas, sistema perito e reencaixe, denominado por risco e amizade (GIDDENS, 1992). Esses conceitos permitem discutir a posição de que embora seja crescente o número de espaços alcançados pelo grafite, como galerias, museus, bienais, casas de artes, universidades, dentre outros, ele ainda se constitui como manifestação das margens do tecido urbano (DAS.; POOLE, 2008). Essas manifestações artísticas permitem que seus atores e atrizes consigam negociar e trafegar nas diversas fronteiras entre o legal e ilegal (TELLES, 2010.; 2013). O estudo sugere três pontos relevantes sobre as sociabilidades dessas manifestações. No primeiro ponto, constatou-se que é prematuro afirmar que o grafite seja a nova expressão artística do século XXI, apesar de ter ganhado diversos espaços que não só seu tradicional ambiente: a rua. Isso porque diversas técnicas e estilos encontram-se, ainda sob o rótulo de criminalidade, tais como: Bomb, Throw-up, Tag, Grapixo e o Lambe-Lambe. Uma segunda sugestão é que existe possibilidade de negociação nas margens do tecido urbano e para tanto, os atores e atrizes, utilizam-se de diversos mecanismos de agenciamentos para sua própria proteção nas façanhas. Uma última sugestão apresentada nessa dissertação é a de que grafite e pixação podem ser artes de combate, principalmente com a participação das mulheres nesse processo, mas para isso, os indivíduos que as fabricam tendem a separar essa mesma arte de combate através da ideia de pintar como forma de protesto, contra o rótulo de desenhar , que segundo os próprios grafiteiros (as) e pixadores (as), seria uma forma de embelezar a cidade, não sendo assim uma arte de combate das injustiças e opressões contidas na sociedade. |