Influência da espironolactona na redução da fibrose miocárdica em portadores de Cardiomiopatia Hipertrófica
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8548 |
Resumo: | Cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é a doença genética cardíaca mais comum. CMH tem como características fisiopatológicas a presença de diferentes graus de hipertrofia miocárdica, fibrose e deformação dos cardiomiócitos. A fibrose miocárdica vem sendo associada a um pior prognóstico nesta doença. No entanto, os gatilhos para a transformação do miocárdio em tecido fibrótico não foram elucidados. A ressonância magnética (RM) pode identificar áreas de fibrose miocárdica com grande definição espacial. Alguns micro RNA (miRNA) foram relacionados a fibrose miocárdica, mas seu papel na CMH ainda não foi estabelecido. Os inibidores da aldosterona parecem bloquear os sinalizadores para promoção de fibrose miocárdica. Avaliar se a utilização de antagonista de aldosterona (espironolactona) pode reduzir o percentual de miocárdio substituído por fibrose na RM portadores de CMH. Descrever as características clínicas e genéticas da população estudada. Avaliar a influência da espironolactona na evolução da função sistólica. Analisar as mutações patogênicas encontradas, assim como o polimorfismo da Aldosterona sintase e sua influência no prognóstico, em especial quanto a evolução do percentual de fibrose miocárdica a RM e da função sistólica de ventrículo esquerdo. Por fim, descrever as variações dos miRNA 21 e 29a nesta patologia, correlacionar sua variação com o prognóstico e como forma de avaliação da resposta terapêutica a espironolactona. Estudo realizado em um único centro, prospectivo, randomizado, duplo cego, com placebo. Excluídos pacientes com contraindicações ao uso da espironolactona ou que já vinham em uso desta droga e também aqueles com contra-indicação a realização de RM. O Seguimento mínimo foi de 21 meses. Nos primeiros três meses foram realizados ecocardiograma transtorácico, RM e eletrocardiograma. Além disso, colhidas amostras de sangue para análise bioquímica e estudo genético. Ao final dos 18 meses os pacientes repetiram a RM e os miRNA. Foram incluídos 53 pacientes entre setembro de 2014 e abril de 2016. Durante 18 meses fizeram uso de espironolactona (N=27) ou placebo (N=26). Média de idade 48 anos, 49% homens. Houve um óbito durante o período de seguimento. A droga foi suspensa em dois casos. Em 43% dos pacientes foi identificada a mutação patogênica. MYH7 foi a principal proteína sarcomérica mutada. A identificação das mutações não se correlacionou com pior prognóstico. Se comparada a evolução dos grupos espironolactona e placebo , em ambos os grupos houve melhora sintomática e há melhora no percentual de fibrose naqueles que fizeram uso da droga. No entanto, não houve diferença estatística significativa para a variação de fibrose pela RM (p=0,371), disfunção sistólica (p=0,5) assim como nas variações de miRNA 21 (p=0,5) e 29a (p=0,08). A elevação de miRNA 21 associa se a presença de fibrose grave (p=0,043). O polimorfismo da Aldosterona sintase mais comum foi T/C. O alelo C foi mais frequente dentre os portadores de disfunção sistólica ou fibrose grave, mas não houve relação entre polimorfismo e fibrose miocárdica (p=0,29) ou disfunção sistólica (p=0,62). A espironolactona não mostrou benefícios na evolução da função sistólica nem no percentual de substituição de miocárdio por fibrose à RM. MYH7 foi a principal proteína sarcomérica mutada. A identificação das mutações patogênicas e o polimorfismo da Aldosterona sintase não influenciaram o prognóstico. Os miRNA 21 sinalizam a presença de fibrose miocárdica grave. MiRNA 21 e 29a não devem ser usados como forma de monitorar a terapia com espironolactona na CMH. |