Estratificação de risco na prevenção primária de morte súbita na cardiomiopatia hipertrófica: desenvolvimento de um escore prognóstico
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8526 |
Resumo: | A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é uma doença genética, caracterizada por hipertrofia ventricular na ausência de condições que levem a sobrecarga sobre o coração. É a principal causa de morte súbita (MS) em adultos jovens, com incidência anual = 1%. Entre os marcadores de risco (MR) destacam-se a história familiar de MS; hipertrofia ventricular esquerda (HVE) grave; síncope inexplicada; taquicardia ventricular não sustentada (TVNS) ao Holter; resposta pressórica anormal no teste ergométrico; e gradiente obstrutivo intraventricular. Os MR sugerem a necessidade de cardiodesfibrilador implantável para prevenir MS, entretanto, permanecem controvérsias sobre como fazer esta estratificação. Entre as ferramentas estudadas recentemente para aperfeiçoar esta avaliação, temos a pesquisa de fibrose miocárdica pela ressonância magnética cardíaca como a que mais chama atenção. Estudos sugerem sua correlação com MS, mas isto não é um consenso. O objetivo do presente estudo foi: (1)Desenvolver um novo escore prognóstico a partir de meta-análises da literatura, adicionando a pesquisa de fibrose miocárdica aos MR clássicos (2) atualizar o papel dos MR de MS na CMH. Foi realizada revisão sistemática de estudos observacionais com CMH através da busca em 3 bases de dados (Medline, Lilacs e SciELO) no período entre 1980 e 2016, abordando desfechos arrítmicos graves e os seguintes MR: história familiar de MS, HVE grave, síncope inexplicada, TVNS, resposta pressórica anormal ao esforço, presença de gradiente obstrutivo e fibrose miocárdica. Para cada marcador, realizou-se meta-análise pelo método de DerSimonian e Laird, em caso de heterogeneidade, e método de Mantel-Haenszel, em caso de homogeneidade. Usamos como medida de efeito o risco relativo (RR), e modelos randômicos para análise. Partindo das meta-análises, foi derivado o escore prognóstico baseado em estratégia de pontos. Vinte e um estudos foram selecionados (14901 pacientes, 45±16 anos, 62,8% masculino). As meta-análises revelaram que a fibrose miocárdica foi o marcador de maior risco (RR 3,43, IC95% 1,95-6,03). Outros MR também foram preditores, exceto gradiente obstrutivo: História familiar de MS (RR=1,75, IC95% 1,39-2,20), HVE grave (RR=1,86 , IC95% 1,26-2,74), síncope inexplicada (RR=2,27 , IC95% 1,69-3,07), TVNS (RR=2,79 , IC95% 2,29-3,41) e resposta pressórica anormal ao esforço (RR=1,53, IC95% 1,12-2,08). Multiplicando-se o RR pela relevância de publicação e adotando processos de arredondamento chegamos ao peso de cada marcador cujo somatório totalizou 11 pontos (história familiar de MS=2; HVE grave=2; síncope =2; TVNS=3; resposta pressórica anormal =1 e fibrose miocárdica=1) Como proposta de estratificação a ser validada, sugerimos a divisão dos pacientes em baixo (0-2 pontos), médio (3-4 pontos) e alto risco (>5 pontos). Concluindo, foi derivado um escore prognóstico de MS na CMH utilizando fibrose miocárdica. Confirmamos a associação entre fibrose miocárdica e desfechos arrítmicos graves na CMH, juntamente com outros MR. Enfatizamos a necessidade de validação do modelo para futura aplicabilidade clínica. |