Acesso, permanência e (re)existência: a invisibilizada presença de universitários indígenas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nunes, Francine Cristina de Menezes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação da Baixada Fluminense
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23105
Resumo: Esta dissertação buscou conhecer, analisar e problematizar o acesso e a permanência de universitários indígenas na UERJ. Ao longo dos últimos dez anos, buscamos informações sobre a presença desses estudantes na instituição e deparamo-nos com muitos desafios. O primeiro deles foi a dificuldade de acesso aos dados sobre estudantes cotistas indígenas na UERJ. Em seguida, precisamos ultrapassar vários obstáculos para conseguir localizá-los nos diferentes cursos onde estavam inscritos e convidá-los a participar de modo ativo na pesquisa. Dialogamos teoricamente com os seguintes autores: Baniwa (2019); Lisbôa (2024), Kayapó e Schwingel (2021), Milanez (2019), Núñez (2022), Paulino (2008), Valentim (2012), dentre outros. A pesquisa tem natureza qualitativa, é um estudo de caso, inspirada na metodologia da pesquisa-ação (FALS BORDA, 1978), com o propósito de envolver os universitários indígenas no fazer investigativo, buscando realizar rodas de conversas e inseri-los em discussões institucionais, junto com o NEPIIE, para fortalecer o primeiro Coletivo de Estudantes Indígenas da UERJ. Empreendemos a análise documental da legislação pertinente à política de ação afirmativa voltada ao acesso das populações indígenas à UERJ, definida pelas Leis Estaduais n.º 3.524/ 2000, a Lei n.º 3.708/ 2001, Lei n.º 4.151/ 2003, Lei n.º 5.346/ 2008 e a Lei n.º 8.121/2018. Durante a investigação, percebemos o quanto a presença indígena é invisibilizada dentro da UERJ. Questionamo-nos como o racismo institucional anti-indígena tem operado. Verificamos como a legislação vai sendo alterada tornando mais ou menos explícito o termo indígena e como isso vai mudando o acesso dos estudantes indígenas. A partir do acesso e análise dos documentos internos da UERJ, foi possível estimular e acompanhar as rodas de conversa com as universitárias indígenas, que possibilitaram a construção do Primeiro Coletivo Indígena da UERJ, o Yandé Iwí Mimbira. Com base nelas, elegemos seis categorias de análise: racismo anti-indígena, repensando a categoria “Pardo” como um apagamento da identidade indígena, o acesso de estudantes indígenas na UERJ, os desafios para a permanência na universidade, estratégias para a permanência: criando redes de apoio e protagonismo indígena dentro da universidade. Quanto ao protagonismo, ele esteve presente na construção do Coletivo Indígena da UERJ e na relação que está sendo construída com os Coletivos Indígenas da UFF, UNIRIO e UFRJ, fundamental à discussão e luta por um vestibular específico que garanta o acesso e a permanência dos universitários indígenas dessas instituições.