Jacinto, Fradique e Gonçalo: impasses oitocentistas sob o olhar do último Eça

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Loureiro Junior, Roberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6757
Resumo: A fase conhecida como o último Eça é um período controvertido na obra de Eça de Queirós. A ilustre casa de Ramires (1900), A cidade e as Serras (1901) e A correspondência de Fradique Mendes (1900) são, geralmente, consideradas obras menores. Há quem veja em Gonçalo Ramires um personagem vazio; para outros, a saga de Jacinto é uma obra reacionária; e apenas Fradique Mendes desfruta de maior simpatia nos estudos queirosianos. No entanto, nos estudos mais recentes, há uma recuperação deste período e, para esses pesquisadores, tais obras apontam uma nova postura ideológica do autor que, através de elementos históricos, simbólicos e míticos, conduz a um diálogo com os temas e os valores mais discutidos da cultura européia naquele final de século. Com esses elementos, Eça expõe nas três obras a necessidade de a sociedade adotar uma postura de originalidade no pensar visando à independência intelectual e à eliminação de conceitos caducos. Assim, essas três obras são vistas neste trabalho como uma trilogia, e os três protagonistas representam três propostas de Eça de Queirós: Gonçalo é o português rural que busca no passado a força para mudar; Jacinto é o português cosmopolita que retorna às origens para, de modo singular, pôr-se em diálogo com o seu país e o mundo que conhecera na capital do século XIX (Paris); Fradique é o português global que circula à vontade pelos continentes, mas não deixa de amar Portugal. A trilogia apresenta propostas para um novo século: livrar o homem das amarras que o atavam ao nacionalismo romântico, à crença cega na ciência, ao poder da igreja e aos grandes sistemas filosóficos