Elementos do trágico em Eça de Queirós: A tragédia da Rua das Flores e Os Maias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Leal, Luciana Ferreira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/106684
Resumo: Esta tese analisa dois romances queirosianos vinculados ao gênero dramático, mais especificamente ao trágico. No primeiro momento, busca-se levar a efeito considerações teóricas acerca do trágico, caracterizando a sua especificidade, tanto na origem, quanto no seu desenvolvimento ulterior. Nesta busca da peculiaridade do sentido do trágico, a atenção volta-se para a evolução do gênero da Antigüidade ao Tempo Cristão, do trágico grego ao trágico moderno. Assim, elementos como Hybris, Antinomias Radicais, Patético, Presságios, Trama e Incesto são considerados para, num segundo momento, os romances em estudo serem analisados. Nesse sentido, tanto em A Tragédia da Rua das Flores quanto em Os Maias poder-se-á perceber a hybris, desmedida, a conduzir à hamartia, erro trágico a determinar a destruição das personagens. Nas duas obras, discute-se a individualidade das personagens, focalizada de maneira a que se constatem polaridades radicais, todavia, em Os Maias, a personagem reage melhor às intempéries individuais e sociais, enquanto a personagem de A Tragédia da Rua das Flores sofre veementemente os conflitos entre o desejo individual e a expectativa da sociedade. Da mesma maneira, nos dois romances, o leitor defronta-se com cenas patéticas e enternecedoras; entretanto, é em A Tragédia da Rua das Flores que o sentimento de comoção pode ser experimentado em grau mais elevado. Em se tratando dos presságios, que predizem a dimensão trágica dos amores incestuosos, através de símbolos e sonhos premonitórios, eles são menos diretos em Os Maias, obra mais complexa, do que em A Tragédia da Rua das Flores. Já peripécia, reconhecimento e catástrofe são elementos da tragédia clássica perfeitamente aplicáveis aos dois romances queirosianos, uma vez que...