O monumento Guerreiro Zulu e a educação das relações étnico-raciais: descolonizando olhares, práticas e resistências negras na cidade de Vitória (ES)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Morais, Érica Renata Vilela de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21922
Resumo: Esta tese insere-se na linha de pesquisa Formação de Professores, História, Memória e Práticas Educativas do Programa de Pós-graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais, do curso de doutorado em educação, vinculado à Faculdade de Formação de Professores (FFP/UERJ), em São Gonçalo. O estudo integra as pesquisas desenvolvidas no programa, articulado às discussões empreendidas no grupo de pesquisa Seraphicus e a investigação se alinha, em termos metodológicos, aos estudos qualitativos de pesquisa em educação. Tem por objetivo geral analisar as contribuições do monumento Guerreiro Zulu, para explorar a temática História e Cultura Afro-brasileira no ensino, em conformidade com a Lei 10.639/03. A proposta de investigação foi organizada na perspectiva da educação na cidade e da educação das relações étnico-raciais. Dialoga com os estudos críticos sobre a temática afro-brasileira e sustenta práticas pedagógicas voltadas para o campo da formação humana, numa concepção histórica da humanidade. Propusemos analisar o monumento Guerreiro Zulu, considerando os aspectos históricos, culturais e sociais da constituição do monumento, de modo a interpretar os elementos simbólicos e narrativos que desvelam parte da memória coletiva. Importa, portanto, circunstanciar a decisão pública de construí-lo, os parâmetros indutores de sua concepção artística, a intencionalidade da obra de arte, as imagens retratadas pelo artista alusivas às narrativas e às memórias referentes à história do negro no estado, a recepção do monumento pelo público, o seu significado simbólico e político para a cidade e sua população e os usos pedagógicos possíveis para explorar a temática História e Cultura Afro-brasileira no âmbito da Lei 10.639/03. A pesquisa evidencia um movimento de aproximações com estudos que versam sobre educação, cidade, negro, monumento e cultura. Esses são os termos que atravessam nosso foco de investigação. Além disso, apontamos algumas apropriações que anunciam o referencial teórico e metodológico que está ancorado em autores como Henri Lefebvre (2001; 2016), Massimo Canevacci (1993), Paulo Freire (1993; 2011), Dermeval Saviani (2008; 2009), Kenneth Zeichner (1993), Nilma Lima Gomes (2002), Ramón Grosfoguel (2008) entre outros que abordam a temática da pesquisa. Ainda sob o enfoque da dimensão crítica, os autores Néstor Garcia Canclini (1983) e Roger Chartier (1995), a partir da cultura popular, apontam um caminho para o estudo e a problematização de aspectos e fundamentos de designação racial e, por conseguinte, de seus desdobramentos relacionados à identidade e à cultura negra. O estudo aponta contribuições para o desenvolvimento de ações e propostas pedagógicas que reafirmem proposições da lei 10.639/03, sobre a importância da garantia do ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana nos estabelecimentos educativos. O monumento inscreve uma possibilidade na análise sistemática acerca dos processos históricos que foram protagonizados por sociedades africanas, fundamentais na trajetória humana.