Vila Cruzeiro, escolas e movimentos sociais: múltiplas narrativas sobre o território, a vizinhança e a história local

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mattos, Maria Alice Garcia de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação de Ensino em Educação Básica - CAp UERJ
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19038
Resumo: Esta pesquisa reflete sobre a valorização do território da favela Vila Cruzeiro/RJ e as interseções de raça, classe, gênero e idade tecidas no território urbano, a partir da perspectiva da Educação Pública em escolas situadas em favela. Propõe a interculturalidade como ferramenta de valorização das produções populares e das ações coletivas que educam e transformam nos territórios de favela. Demarca o território da Vila Cruzeiro como objeto de pesquisa e traça um percurso investigativo pelos bairros da Penha e do Complexo do Alemão e no Complexo da Penha, regiões que estão interligadas pelo convívio e pela Geografia. A pergunta que a alimenta é: como a Educação na Vila Cruzeiro poderia se articular na construção de um projeto de pedagogia intercultural, com foco na realidade do próprio território, para oportunizar a valorização da história local, o desenvolvimento integral dos sujeitos e a ocupação dos espaços pelos estudantes da região? Apresenta como objetivo geral a valorização da história, bem como das ações coletivas com potencial educativo, que acontecem no território da Vila Cruzeiro, na proposta de uma pedagogia articulada entre as instituições educacionais da região. Os objetivos específicos se constituem em (i) o reconhecimento da pluralidade da cidade; (ii) a oportunidade de ocupação de espaços diversos pelos estudantes da escola pública da favela. A abordagem metodológica aplicada é qualitativa e se utiliza da história oral e local, a partir das narrativas colhidas através de entrevistas desenvolvidas junto aos sujeitos atores da pesquisa, os quais foram definidos por, em algum momento da vida, terem (con)vivido na Vila Cruzeiro. Para amparar as discussões desenvolvidas, nos referenciamos em Freire (1998, 2019), Oliveira e Candau (2010) e hooks (2013), refletindo a partir da perspectiva de uma educação emancipadora, intercultural e decolonial; em Campos (2010), Lefebvre (2011), Haesbaert (2014) e Santos (2006; 2014a, 2014b, 2018), na geografia dos territórios, no contexto da favelização carioca, no direito à cidade e no uso/ocupação/definição do espaço urbano; e, por fim, em Arroyo (2011, 2012, 2015, 2018), Gadotti (2006, 2008) e Gomes (2017) para refletir sobre o papel da coletividade e dos movimentos sociais na Educação. A investigação se desdobra para um Produto Educacional, o Almanaque da Vizinhança: Vila Cruzeiro, o qual se apresenta como um material de apoio educacional a ser disponibilizado para as escolas e projetos sociais em meio físico e com acesso virtual livre. O Almanaque da Vizinhança aborda a história da Vila Cruzeiro, os equipamentos urbanos de referência na região, as manifestações culturais, algumas personalidades da favela e movimentos sociais que se destacam na pesquisa. A possibilidade da aplicabilidade de tal material faz emergir a proposta de uma Pedagogia Territorial, conceito a ser fundado e desdobrado para além desta pesquisa.