Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Teixeira, Tânia Nair Alvares |
Orientador(a): |
Weiduschadt, Patrícia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14513
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Resumo: |
Esta tese tem por objetivo analisar as representações de feminino (comportamento, educação, modelação do corpo) contidas nos discursos textuais e imagéticos da revista O Cruzeiro. Busca-se entender como as representações foram apropriadas pelas leitoras da revista das décadas de 1950 e 1960 na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul-Brasil. Para a investigação, pesquisaram-se 28 exemplares das edições da década de 1950-1960, disponíveis na Hemeroteca Digital Brasileira. Realizaram-se quinze entrevistas, utilizando-se da metodologia da História Oral (AMADO, FERREIRA, 2006; MEIHY, HOLANDA, 2015; PORTELLI, 2016), sendo oito com mulheres leitoras da revista e, as demais, com pessoas que trabalharam na revista ou que são parentes próximos dos sujeitos que fizeram parte da sua história. Na análise foram definidas as seguintes categorias: controle e normatização do corpo (FOUCAULT, 2020); construção do corpo feminino (VIGARELLO, 2006); padrões de beleza e de comportamento (DEL PRIORE, 2014); regras de civilidade (ELIAS, 2011); moda, figurinos e acessórios (DEL PRIORE, 2000; 2017). Defende-se a tese de que a linha editorial da revista O Cruzeiro, das décadas de 1950 e 1960, se valia de um sistema discursivo de representações da mulher ideal que mobilizava recomendações, produzindo efeitos nas leitoras da cidade de Pelotas, resultando em apropriação de tais representações e em práticas que convergiam para um modelo exemplar de sujeito feminino à época. Compreende-se que o padrão das moças expostas na revista O Cruzeiro era de mulheres de cor branca e de família mais abastadas da sociedade. Essas ocupavam dois papéis nos anúncios: retratadas como boas esposas, mães responsáveis, dedicadas ao lar e, ao mesmo tempo, deveriam ser belas, preocupadas com os cuidados com o corpo. Ambas as representações do feminino aparecem simultaneamente, estabelecendo uma composição de mulher independente e moderna, musa e estrela, mas sem deixar de lado as mães, esposas e donas de casa. Constatou-se que as mulheres entrevistadas nesta pesquisa se apropriaram das representações promovidas pela revista, orientando suas práticas comportamentais e de consumo a partir das recomendações e dos produtos propagandeados nela. Contudo, a pesquisa apontou que as leitoras pelotenses seguiam em parte os discursos exibidos. As práticas das leitoras decorriam das apropriações de tais representações, não seguindo totalmente com as sugestões, mobilizando estratégias adaptativas (CHARTIER, 2002). As táticas representavam os modos de resistência aos discursos dominantes da revista, portanto, as leitoras não seguiam tudo, eventualmente necessitavam quebrar certos paradigmas, indo de encontro às orientações oferecidas pelo periódico. |