Que país é esse? Geografias em disputa na Base Nacional Comum Curricular
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17081 |
Resumo: | Este estudo tem o objetivo de analisar a Base Nacional Comum Curricular em seus processos políticos de elaboração tendo como foco de investigação a proposta para os anos finais do ensino fundamental na disciplina Geografia. Para desenvolver tais análises aporto-me em um escopo teórico pós-estrutural, sobretudo, no diálogo com Ernesto Laclau e Homi Bhabha. Postulo a negação de originalidade na produção de sentidos e assumo o currículo como espaço de negociação e articulação múltiplas que produzem sentidos não só para a Geografia, mas em outros contextos interligados, sem apriorismos. Tomando a Base Nacional Comum Curricular como objeto central a entendendo como uma política curricular que busca se engendrar a um processo fechado em torno de um ideário nacional e produziu sentidos na Geografia. Compõe o material de análise deste trabalho a versão final homologada da Base Nacional Comum Curricular do ano de 2018, os documentos voltados a esta política produzidos por agentes públicos e privados e os textos intitulados como “leituras críticas” produzidos a pedido do ministério da educação ao longo do processo de elaboração da BNCC por sujeitos integrantes da comunidade disciplinar da Geografia. Os dados e a análise produzida evidenciaram que a agenda em torno de um ideário nacional, marcantes na política curricular, reverberou na Geografia produzindo um discurso que buscou centrar-se em uma concepção de espaço materializada, endurecida em uma essência apriorística e submissa a transformações deflagradas e ordenadas em uma temporalidade linear. Contudo, busquei argumentar que esta agenda não alcançou a plenitude, uma vez que produziu uma proposta para a Geografia em tensionamento e divergências com diversas matrizes teóricas do pensamento geográfico, destacando, para isto, as contribuições da Geografia crítica de Ruy Moreira e Lana Cavalcanti, bem como, as abordagens pós-críticas produzidas por Rogério Haesbeart e Dooren Massey. Pontuo que esta divergência multidirecional se deve a articulação performatizada na política com demandas curriculares outras como o desenvolvimento de competências e habilidades. Este encaminhamento se direcionou em favor da busca por formações de supostos sujeitos nacionais em detrimento de demandas teórico-metodológicas reivindicadas por diferentes atores sociais que compõem a comunidade disciplinar da Geografia. Argumenta-se que uma vez assumida pela esfera estatal este desenho com algo democrático, a proposta curricular para a disciplina buscou forjar sentidos identitários, comuns e essenciais como forma de endossar um projeto de currículo nacional. |