A função paterna e os pedidos de reconhecimento de paternidade: Ah! Se eu perder esse filho por causa do DNA!

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Neves, Antonio Carlos Félix das
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicanálise
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14562
Resumo: A política de reconhecimento de paternidade em massa não permite que se escute cada pedido de reconhecimento em sua particularidade. Por conseguinte, não temos acesso às razões inconscientes que possam estar em jogo na trama significante que cada ausência do registro paterno encerra em si mesmo. Desse modo, nossa pesquisa, ao articular oportunamente o particular de um caso clínico, de um pedido de reconhecimento de paternidade, levantou a hipótese de que a mãe, neste caso, mantém ausente o sobrenome paterno no registro de nascimento do filho, fazendo-o ex-sistir, e portanto situar-se no registro do real cuja condição é a da ex-sistência uma maneira de fazer suplência a um gozo sem limite, permanecendo hiante no que diz respeito à relação sexual. Nesse sentido, para fundamentarmos nossa hipótese de trabalho, revisamos a concepção freudiana sobre a temática do pai, privilegiando a ideia de assassinato do pai e gozo, bem como o conceito de Nome-do-Pai em Jaques Lacan, do pai enquanto significante ao pai real como agente da castração. Percorremos também o complexo de Édipo na menina em Freud e a categoria do não-todo em Lacan, onde este avança nos impasses em que se encontrava Freud em relação à sexualidade feminina, ao permanecer preso às vicissitudes fálicas do lado do pai. Lacan então vai elaborar o que estaria para além do assassinato do pai, no qual teríamos no lugar desse Outro, o vazio, o não-todo, o gozo feminino. O caso clínico em questão demonstra que esta mãe, movida por um gozo invasivo, procura saber o que é um amor de verdade, uma tentativa de fazer suplência à inexistência da relação sexual. Nesta busca, fazendo o sobrenome paterno ex-sistir, a mãe permanece hiante ao fazer o furo existir no simbólico, na ausência do sobrenome paterno do registro de nascimento do filho, uma forma de tentar circunscrever um gozo que a toma toda. A particularidade desse caso revela que a mãe, neste momento de sua vida, não pode prescindir da ausência do registro paterno na certidão de nascimento do filho, sob pena de colocar em risco a sua própria existência. Assim, este caso clínico coloca em cena, numa outra cena, a importância de se levar em conta o particular de cada pedido de reconhecimento, a partir de uma escuta que singularize o particular de cada caso