Resiliência em estudantes de medicina de uma universidade pública do Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8620 |
Resumo: | O estudo da resiliência tem crescido nos últimos anos, pois cada vez mais se consolida o entendimento de que estratégias para aumentá-la podem ser transformadoras e positivas do ponto de vista individual e coletivo. Esse constructo pode ser conceituado como a capacidade das pessoas, em graus diferentes, diante da exposição a experiência negativas, mesmo que de forma contínua,conseguirem aprender, crescer e prosperar. O presente estudo tem por objetivo principal analisar a resiliência de estudantes de medicina de uma universidade pública do Rio de Janeiro. Realizou-se estudo transversal com os alunos elegíveis, totalizando um censo com 542 estudantes, que responderam a um questionário online, autopreenchível, sem nenhuma recompensa, onde a variável principal foi a resiliência, mensurada pela Escala de Resiliência de Wagnild e Young. Diferentes variáveis sociodemográficas, comportamentais de saúde e acadêmicas também foram avaliadas.Aplicou-se duas análises estatísticas nesse material, resultando em dois trabalhos distintos. No primeiro avaliou-se fatores como sexo, raça, escola anterior, independência financeira, situação de vida, nível de educação dos pais, religião, admissão baseada em cota. Tabagismo, consumo abusivo de álcool e uso de drogas ilegais não foram associados à resiliência.Fez-se então uma análise multivariada, usando regressão logística ordinal, onde as associações foram mantidas somente entre o maior índice de resiliência e não usar drogas legais que podem levar à dependência (oddsratio (OR): 0,58; intervalo de confiança (IC): 0,41-0,80), ter uma melhor percepção de um saúde própria (OR: 0,57; IC: 0,41-0,81) e ser mais velho (OR: 1,37; IC: 1,12-1,67). No segundo artigo, excluiu-se praticamente todas as variáveis mais relacionadas à renda e incluiu-se variáveis como empatia, motivo por que escolheu fazer medicina, escolha da especialidade e coeficiente de rendimento (CR), buscando um maior entendimento das variáveis mais diretamente relacionadas ao estudante. Aplicou-se, então, a análise de correspondência seguida de uma análise de clusters. Novamente aqui não houve associação com sexo, religião, raça e escolaridade dos pais. O CR também não mostrou inter-relação com a resiliência. Por outro lado, o mapa perceptual mostrou associação entre a baixa resiliência com o ciclo clínico (meio do curso), baixa empatia, dificuldade de escolha da especialidade, altruísmo como motivo de escolha da medicina, a percepção ruim da própria saúde, o uso abusivo de álcool, drogas lícitas e ilícitas. Os alunos com alta resiliência mostram associação com internato, alta empatia e melhor percepção da sua saúde. Algumas conclusões merecem destaque:ausência de associação com as variáveis relacionadas à renda, leva à reflexão sobre a possibilidade de movimentos para aumentar a resiliência e, com isso, melhorar a vida das pessoas, independentemente da possibilidade financeira de cada uma;associação da resiliência baixa com as variáveis consideradas "negativas", como comportamentos de risco quanto à saúde e à baixa empatia, mostra a fragilidade desse grupo de alunos, explicitando onde precisa estar o foco das atenções transformadoras da escolas médicas;associação da alta resiliência com um aluno no internato e as demais variáveis descritas, parece sugerir um aluno mais pleno, com maior autoconhecimento e capaz de fazer escolhas mais assertivas. |