Empatia em estudantes de medicina de uma Universidade pública do Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8601 |
Resumo: | A empatia médica é definida como uma adequada compreensão do paciente pelo médico e a capacidade de este comunicar-lhe essa compreensão. Envolve um conceito multidimensional, com quatro aspectos principais: emocional, moral, cognitivo e comportamental. Desde meados do século XX é considerada um componente essencial da relação médico-paciente, tendo demonstrado diversos benefícios para os pacientes, em termos de desfechos clínicos favoráveis, assim como também para os médicos, em sua prática cotidiana. Porém alguns estudos mostraram redução da empatia no decorrer do curso médico. O objetivo do presente estudo foi avaliar a empatia de uma população de estudantes de medicina no Brasil em relação a características que podem estar associadas ao seu comportamento. Os dados foram obtidos a partir do I Censo MEDUERJ - 2011, estudo transversal em que foram aplicados aos estudantes de medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro um questionário online autopreenchível, contendo variáveis socioeconômicas e comportamentais e avaliação de resiliência, além da empatia, como variável dependente, através da Escala Jefferson. Foram calculadas as estatísticas descritivas e bivariadas, utilizando-se os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis para as variáveis categóricas e o coeficiente de correlação de Spearman para as variáveis numéricas. Em seguida foi realizada análise multivariada por meio de um modelo de regressão linear múltipla. Todos os 542 alunos incluídos responderam ao questionário, sendo 60,5% do sexo feminino, 61,2% brancos, e a média de idade de 23,5 anos. O escore de empatia foi de 121,8 (DP = 11,79), tendo sido de 72 a pontuação mínima e de 140 a máxima, não sendo verificado declínio ao longo dos anos do curso. Na análise bivariada, mostraram associação positiva com empatia o sexo feminino (p < 0,001), a prática religiosa regular (p = 0,014), ter frequentado previamente ambas as escolas pública e privada (p = 0,049), ter escolhido medicina por vocação/realização pessoal ou altruísmo (p < 0,001), e possuir maior resiliência (p < 0,001); associação negativa foi verificada com consumo de álcool (p = 0,025), escore CAGE positivo (p = 0,036) e uso de medicamentos para se manter desperto, para ansiedade e/ou para dormir (p = 0,009). Após o ajuste do modelo multivariado, sexo, escola anteriormente frequentada e resiliência mantiveram associação com empatia. Em conclusão, os estudantes de medicina brasileiros apresentam bons níveis de empatia em comparação a outros países, que se sustentam ao longo de todo o curso médico. Características importantes têm relação com empatia, como sexo, educação prévia e resiliência, apontando-se a necessidade de pesquisas qualitativas para se compreender melhor a sua natureza, e de se abranger outras regiões do país. |