Modos de escuta: o corpo como câmera, ou a experiência, o jogo e a coisa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Altberg, Tatiana Macedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Artes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Artes
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19610
Resumo: Esta pesquisa se deu durante os dois primeiros anos da pandemia de Covid 19, e pressupunha pensar a errância, o acaso e o jogo com a cidade, como pontos de partida para escrita. Para além do “fechamento” da cidade e a impossibilidade de praticar a errância e os encontros com outros corpos, em situações mediadas pelo acaso, o corpo da autora, durante o período da escrita, abriu quadros de doenças autoimunes raras que a colocaram diante de outras interdições e estranhamentos. Seu corpo passou a não reconhecer a si próprio. Diante disso surgiram algumas perguntas: como errar, deambular, vivenciar experiências narráveis, gerar histórias, com um corpo que não pode encontrar outros corpos, que não pode sair do lugar? Quando o corpo próprio é o corpo estranho, como dar forma a esse estranhamento? Para dar contorno a essas e outras perguntas que surgiram, a medida que a escrita se tecia e as questões de saúde coletiva e individual se aprofundavam, foram criados novos jogos, outras modalidades de errância, outras possibilidades de percursos. A errância, o jogo, se deram com o que estava ao alcance das mãos; a casa, as memórias, o olhar pela janela, a construção de autorretratos, as imagens de exames médicos e a abertura de livros ao acaso como em um jogo oracular. Nesse jogo oracular os principais interlocutores foram “O Atlas do corpo e da Imaginação” de Gonçalo Tavares e o “I Ching, o livro das mutações”. No entanto o mais importante fio condutor dessa jornada, foi o corpo, não só o corpo em metamorfose da autora, mas um tanto de outros corpos de seres mais que humanos como formigas, árvores, seres mínimos, quase invisíveis, e seres humanos como Stefano Mancuso, Ursula Le Guin, José Gil, Davi Kopenawa, Donna Haraway, Emanuele Coccia, Artavazd Peleshian, Ventura Profana, Regina José Galindo, Eleonora Fabião, Mierle Laderman Ukeles, entre muitos outros, que atravessaram a escrita para compor junto esta teia, este emaranhado de fios que tecem esta dissertação.