Imagens do civilizado e do selvagem em Duas viagens ao Brasil e Tristes trópicos
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19356 |
Resumo: | A presente dissertação expõe os resultados de um estudo comparativo que, realizado sob a perspectiva de um leitor brasileiro contemporâneo, ocupa-se dos relatos de dois viajantes europeus procedentes de distintos momentos históricos, situações geográficas e estratificações socioculturais: Duas Viagens ao Brasil, de Hans Staden e Tristes Trópicos, de Claude Lévi-Strauss. Partindo de um pressuposto de relevância conferido a tais narrativas na esfera dos Estudos Brasileiros, a investiga~ção se desenvolve, primariamente, em torno do interesse do pesquisador em aspectos de ficcionalizações engendradas em ambos os relatos, do território imaginário assim denominado “Brasil” (lugares, tempos e seres implicados na elaboração do lugar figurado pelas ficções histórica, literária e etnográfica de relatos de viagens). Sem embargo, observadas as enfáticas representações dos narradores em primeira pessoa evidenciadas nesses textos, necessariamente, a pesquisa amplia seu escopo, para abranger o indissociável exame das próprias figuras que um aventureiro alemão coetâneo à Era dos Descobrimentos e um etnógrafo francês do século XX fazem de si, tanto perante às circunstâncias da História, como nos contextos peculiares às histórias de seus deslocamentos e permanências no Brasil. Destarte, à luz das reflexões teóricas de W. Iser e K. Stierle (Estética da Recepção e do Efeito), das de Z. Ziebell, F. Cristóvão e Duffy & Metcalf (historiografia literária e o subgênero narrativa de viagens), bem como das de T. Todorov, W. Benjamin, P. Lejeune e P. Ricouer (narratividade; representações textuais do si-mesmo e da alteridade), o pesquisador procura criticar certas imagens do Novo Mundo e do americano que, resultantes da perplexidade de narradores diante do desafio da intraduzível diferença do outro no plano da escrita, lançariam mão de explicá-lo não consoante o termos de suas próprias culturas, senão a partir de lógicas, juízos e atitudes inerentes ao etnocentrismo ocidental. O presente trabalho também procura registrar, enquanto fenômeno social que implica os próprios objetos nas representações elaboradas pelos relatos, a possível assimilação de tal referencialidade como característica intrínseca ao campo cultural brasileiro. |