Compreensão de estruturas de tópico-comentário e pronomes resumptivos na aquisição: avaliando os complementos diretos e indiretos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pinto, Flavia Regina Mello Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6858
Resumo: Este trabalho objetiva contribuir para o estudo da compreensão de estruturas de tópico-comentário e de pronomes resumptivos por crianças adquirindo o PB. Busca-se verificar se os pronomes resumptivos, nulos ou manifestos, utilizados para retomar o tópico no comentário, facilitam ou dificultam a compreensão das sentenças. Adota-se o arcabouço da teoria gerativista (CHOMSKY, 1995), aliado à metodologia experimental psicolinguística. Focaliza-se especificamente a compreensão de estruturas de tópico-comentário, com verbos transitivos diretos ou indiretos, em tarefas de seleção de imagens com crianças de 2 a 5 anos de idade. Busca-se verificar se os estágios apontados por Grolla (2000) na produção podem se manifestar em tarefas de compreensão e se há dificuldade com a presença do pronome manifesto na execução das tarefas nas faixas etárias mais altas, conforme apontado por Miranda (2008) em estruturas relativas, também relacionadas à periferia esquerda da sentença. Adicionalmente, a coleta de dados com as crianças das faixas etárias mais altas, de 4 e 5 anos, permite abordar a questão da variação dialetal, já que o uso do pronome manifesto e do pronome nulo parece ter um componente dialetal no PB, conforme diversos estudos têm apontado (DUARTE, 1983; ORSINI; VASCO, 2007). Nossos resultados são compatíveis com aqueles obtidos na produção, o que pode ser tomado como corroboração da interpretação teórica sugerida por Grolla (2000) para o processo de aquisição dos pronomes resumptivos na aquisição. A utilização da estratégia de movimento para a interpretação dessas sentenças parece estar presente nas crianças entre 2;0 e 3;4 anos que obtêm um número maior de acertos para as sentenças de objeto direto sem pronome manifesto, ao passo que não demonstram preferência entre presença ou ausência de pronome manifesto para os complementos indiretos, sugerindo que as sentenças com pronomes manifestos sejam acomodadas via a possível utilização da estratégia de último recurso (HORNSTEIN, 2001). As crianças mais velhas, a partir de 3;5, passam a não apresentar uma diferença estatisticamente relevante entre presença ou ausência de pronome manifesto para os complementos diretos, indicando que a estrutura de tópico-comentário possa estar sendo processada com a retomada via pronomes resumptivos. No que diz respeito aos complementos indiretos, há diferenças significativas com vantagem para os pronomes resumptivos manifestos, o que tomamos como reflexo de possíveis preferências dialetais no PB, nessa faixa etária. Essa parece ser, portanto, uma fase em que as crianças alcançam um maior domínio das estruturas investigadas, aproximando-se do comportamento adulto observado nos testes de compreensão. No que diz respeito à dificuldade adicional trazida pelos pronomes manifestos, não se obtiveram dados que corroborem o encontrado por Miranda (2008). A comparação entre crianças da rede de ensino pública e privada indica que, para as crianças mais velhas, há distinções: as crianças da rede privada demonstram preferência para a presença dos pronomes manifestos em complementos indiretos, enquanto as crianças da rede pública não demonstram essa distinção