Prevalência de incontinência fecal e seu impacto sobre a qualidade de vida em indivíduos com 65 anos ou mais, moradores de 16 cidades brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Costa, Eduardo Magalhães da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22324
Resumo: Introdução: o envelhecimento da população brasileira está associado com o aumento de condições crônicas de saúde. A incontinência fecal (IF), uma destas condições, caracteriza-se pela perda involuntária de fezes ou pela incapacidade em manter o controle do esfincter anal. Sua prevalência pode variar de 2 a 36,2% na comunidade e, em instituições de longa permanência para idosos, pode chegar a 50%. No Brasil, a IF é pouco estudada, embora para os seus portadores venha carregada de grande estigma social, provavelmente impactando fortemente a qualidade de vida. O objetivo do presente estudo foi estimar a prevalência da IF, os fatores a ela associados e o seu impacto na qualidade de vida de indivíduos com 65 anos ou mais que vivem na comunidade. Materiais e métodos: Amostra comunitária do banco de dados do estudo Fragilidade em Idosos Brasileiros - Fibra-BR. Trata-se de um estudo transversal e multicêntrico realizado em 16 cidades brasileiras, de 2009 a 2010, para a caracterização de perfis de fragilidade entre idosos que vivem na comunidade. A identificação de IF deu-se por meio de autorrelato de perda fecal, com a inclusão no questionário de pesquisa da seguinte pergunta: “Nos últimos 12 meses o senhor(a) apresentou incontinência fecal ou perda de fezes de forma involuntária?”. Resultados: a amostra foi constituída por 6.855 indivíduos; deste total, 66,6% eram do sexo feminino, 52,9% brancos, média de idade de 73,5 anos, 61,2% apresentavam até 4 anos de escolaridade e 46,5% com renda de até 1 salário-mínimo. A prevalência de IF foi de 5,9% e estava associada com pior cuidado com a própria saúde [OR 1,35 (1,10-1,65)], dependência para as atividades básicas de vida diárias (ABVD) [OR 2,18 (1,21--3,93)], presença de fragilidade [OR 1,23 (1,01-1,51)] e incontinência urinária [OR 4,21 (3,28-5,40)]. Além disso, viu-se que alguns fatores foram negativamente associados a IF. São eles a ausência de polifarmácia [OR 0,6 (0,43-0,74)] e a independência para as atividades instrumentais de vida diárias (AIVD) [OR 0,71 (0,54-0,93)]. Conclusões: a prevalência calculada de IF foi de 5,9% [IC 95% (5,3-6,5)] e, entre os desfechos estudados, apenas a variável proxy de qualidade de vida – pior cuidado com a própria saúde – mostrou-se significativamente associada à IF. Outros fatores de reconhecida bidirecionalidade causal também apresentaram associação significativa, alguns como risco – ABVD, fragilidade e Incontinência Urinária (IU) – outros como fator de proteção – o uso de um número pequeno de fármacos e independência em AIVD