Revisão da ordem Hybodontiformes Patterson, 1966 (Chondrichthyes) da Formação Alcântara, Bacia de São Luís, Cretáceo do Maranhão: importância sistemática, biogeográfica e bioestratigráfica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Neves, Gabrielle Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22761
Resumo: Os tubarões da ordem Hybodontiformes apresentam seu primeiro registro no final do Devoniano, e desde então se estabeleceram como grupo dominante no ambiente marinho. No entanto, durante o Mesozoico, possivelmente devido à competição com os neoseláquios no ambiente marinho, migraram e conquistaram o ambiente de água doce. Foi então no ambiente de água doce que esse grupo tornou-se consideravelmente mais diverso. Dentre os diferentes táxons que compõem essa ordem, parte deles é conhecida da região norte do Gondwana, Cretáceo. O presente estudo visa realizar uma revisão dos Hybodontiformes da localidade Laje do Coringa, um afloramento da Formação Alcântara (Albiano Superior - Cenomaniano) da Bacia de São Luís, estado do Maranhão, Nordeste do Brasil. Para isso, inúmeros espécimes incluindo dentes orais (dez espécimes), espinhos cefálicos e espinhos de nadadeiras dorsais foram analisados e descritos morfológica e quimicamente. Todos os espécimes foram encontrados desarticulados e apresentam desgastes. Parte dos dentes orais descritos no presente trabalho caracterizam a primeira ocorrência de Aegyptobatus cf. kuehnei e Distobatus cf. nutidae, táxons originalmente descrito na Formação Bahariya do Egito, fora do continente africano. Dentre os espinhos cefálicos (dez espécimes), seis apresentaram a base em formato de T, característica atribuída às espécies de Hybodontiformes da família Hybodontidae, e quatro apresentaram a base em formato de seta, característica atribuída à família Lonchidiidae. Já os espinhos de nadadeiras dorsais (três espécimes) apresentam costelas longitudinais dispostas na lateral do espinho. Todavia, a presença dos dentículos posteriores foi observada em apenas dois dos espinhos de nadadeiras dorsais. Embora os três espinhos de nadadeiras dorsais apresentem sutis diferenças entre si, não foi possível estabelecer definições a nível taxonômico, visto que, os espinhos de nadadeiras dorsais, geralmente, não são considerados caracteres diagnósticos. O resultado das análises químicas, realizadas em seis espécimes de espinhos cefálicos, mostraram que são compostos principalmente por Fosfato de Cálcio e apresentam Silicato de Alumínio, interpretado como resultado de impregnação fossildiagenética. O registro de Hybodontiformes na Bacia de São Luís até então havia sido atribuído a Tribodus cf. limae. No entanto, nosso estudo confirma que Tribodus limae Brito e Ferreira (1989) tem sua ocorrência registrada apenas no Eocretáceo, Aptiano/?Albiano (das formações Santana e Quiricó, respectivamente nas bacias do Araripe e Sanfranciscana), enquanto os espécimes da assembleia fossilífera da Formação Alcântara (Neoalbiano-Cenomaniano), bem diferentes morfologicamente de T. limae, pertencem a outros táxons, com afinidades africanas conhecidas na parte Norte do Gondwana.