Percepção do cirurgião-dentista sobre a prática odontológica centrada na pessoa, família e comunidade na atenção primária à saúde de Petrópolis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Paulo, Cristina Pinto de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família, Mestrado Profissional em Rede Nacional (PROFSAÚDE)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22705
Resumo: O modelo de atenção centrado na pessoa (ACP) procura proporcionar uma abordagem holística que envolve as relações interpessoais e foca nos indivíduos e suas virtudes. Nesta lógica, surge o Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) que se destaca por apresentar uma conduta integral e mais humana. Porém, apesar da evolução das políticas públicas em saúde e da inserção da saúde bucal na Estratégia de Saúde da Família (ESF), o modelo de cuidado que prevalece na odontologia ainda é o biomédico. Este trabalho trata sobre a ACP e tem por objetivo conhecer a percepção dos cirurgiões-dentistas (CD) em Petrópolis-RJ sobre a prática odontológica centrada na pessoa, família e comunidade na Atenção Primária à Saúde (APS). Essa pesquisa é qualitativa, realizada através de entrevistas semiestruturadas CD estatutários que atuavam na ESF em Petrópolis. Desta análise foram reconhecidas quatro categorias temáticas: (1) Identidade do CD na prática da ESF. Nesta categoria foram verificados fatores que levaram esses profissionais a trabalharem no Sistema Único de Saúde (SUS), quais seriam as habilidades e atitudes importantes, os aprendizados construídos na formação profissional que precisariam ser estruturados, além da importância de se ter um perfil profissional para trabalhar na ESF; (2) Tratar a boca ou a pessoa: a ACP na prática odontológica. Nesta categoria foi destacada como é a visão do CD atuante na ESF sobre a ótica desse modelo. Foram reforçadas aspectos como a valorização da pessoa em sua integralidade, a compreensão de como se explora a saúde, a doença e as percepções sobre essas experiências, a adequação da realidade para trabalhar inserido no contexto do território, a conduta clínica no processo de trabalho, a importância das habilidades de comunicação, o fortalecimento das relações entre profissional e paciente, a empatia e o não julgamento, e as dificuldades encontradas ao longo desse processo; (3) O impacto das condições de trabalho na APS. Esta categoria ressaltou questões relacionadas à infraestrutura de trabalho. Destacou-se, também, a importância dos registros nos prontuários e a qualidade deles, além das dificuldades a respeito da sobrecarga de demanda e da prevalência de procedimentos curativos; (4) Aprendizados adquiridos a partir das práxis em saúde da família. Esta categoria abordou a humanização das práticas e como os aprendizados na estratégia impactaram o trabalho e a vida pessoal do profissional, além de reforçar como o desencontro entre a formação universitária e as demandas do SUS apontam para a necessidade da formação integral e holística. Concluiu-se que, apesar de não existir informações suficientes relativas a ACP dentro da odontologia, foi através da rotina voltada para saúde pública, em especial para a ESF, que esses profissionais desenvolveram ao longo dos anos um cuidado diferenciado daquilo que identificaram ter aprendido em sua formação, portanto, mais estudos sobre o assunto seriam fundamentais. Como produto deste trabalho derivaram-se: um guia de orientação para odontologia e uma proposta de semiologia voltados para a abordagem centradas na pessoa.