Alterações vasculares e declínio cognitivo em idosos hipertensos com apnéia obstrutiva do sono

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Matoso, Juliana Magalhães Duarte
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22407
Resumo: A população de idosos cresce rapidamente no Brasil. As prevalências de hipertensão arterial, apneia obstrutiva do sono (AOS) e distúrbios cognitivos são altas nesta população. O objetivo deste estudo foi verificar se existe uma associação entre apnéia obstrutiva do sono e desempenho cognitivo em indivíduos idosos hipertensos. Foram selecionados, para um estudo observacional e longitudinal com seguimento de dois anos, idosos com idade entre ≥ 60 e < 80 anos, divididos em dois grupos: hipertensos com AOS ausente/leve e hipertensos com AOS moderada/grave. O desempenho cognitivo foi avaliado através dos subtestes do “Wechsler Adult Intelligence Scale v.3” (WAIS III), além do “Rey Auditory Verbal Learning Test” (RAVLT), e o “Trail Making Tests A/B” (TMT-A/B), o SF-36 foi utilizado para avaliar a qualidade de vida e o estado geral de saúde e a escala de Beck para rastreio da depressão. Testes vasculares foram realizados: medida da Velocidade de Onda de Pulso (VOP), Dilatação mediada por fluxo (DMF) da artéria braquial, Determinação da pressão aórtica central através do sistema SphygmoCor e a avaliação ultrassonográfica da espessura médio-intimal (EMI) da carótida. Foi utilizado o Watch PAT- 200 para o diagnostico da AOS e para determinar sua gravidade. A amostra foi homogênea em relação a idade,, escolaridade e pressão arterial. No WAIS-III, o grupo com AOS moderada/grave apresentou um menor desempenho, quando comparado nos seus valores basais e após o seguimento do estudo: no QI estimado (90 ± 5 vs 88 ±5, p=0, 010), subteste Compreensão (15.7 ± 4.8 ± vs 14. 8 ± 4.5, p=0, 014), subteste Vocabulário (29.5 ± 6.7 vs 28.1 ± 6.6, p=0,016) , subteste Códigos (25.0 ± 11.3 vs 23.5 ± 11.3, p=0,003) e também no TMT-A (55 ± 15 vs 58 ± 16, p=<0,001) e no TMT-B (140 ± 40 vs 144 ± 39 seg, p=0,002), neste grupo foi observado um aumento significativo também da VOP cr (10.4 ± 2.8 vs 10.7 ± 3.0 m/s, p=0,037), da EMI média (0.96 ± 0.13 vs 1.00 ± 0.14, p= 0,006), pressão sistólica aórtica (146 ± 19 vs 150 ± 17 mmHg, p=0,038), pressão de pulso aórtica (66 ± 14 vs 69 ± 12 mmHg, p=0,046), augmentation pressure (AP) (26 ± 7 vs 28 ± 7 mmHg, p=<0,001), augmentation índex (AIX) (41 ± 7 vs 43 ± 7, % p= <0,001), AIx@HR75, (37 ± 7 vs 38 ± 6 %, p=0,021). No SF-36 ambos os grupos obtiveram uma piora significativa ao longo deste seguimento no ítem Saúde Mental: AOS ausente/leve (96 ± 2 vs 80 ± 7, p=0.047) e AOS moderada/grave (93 ± 1 vs 71 ± 8, p=0,044). e também no RAVLT: o grupo AOS ausente/leve (46 ± 6 vs 44 ± 6 , p=0,026) e o grupo AOS moderada grave (42 ± 3vs 39 ± 3, p=0,008) Em conclusão, neste estudo longitudinal, foi demonstrado que a gravidade da AOS interfere tanto no desempenho cognitivo como na estrutura vascular em idosos hipertensos.