A Página literária do Jornal de Alagoas: culturalização da linguagem do escritor na Maceió modernista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ferreira, Maria Elódia Baêta Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6910
Resumo: Na década de 1920, a Página Literária do Jornal de Alagoas surgia, na imprensa alagoana, como um ambiente textual pioneiro e oficialmente constituído à promoção, discussão e popularização do fato poético. Editada pelo poeta Pedro Lobão Filho e introduzida no principal matutino do estado à época, circulou em plena vigência do Modernismo Brasileiro e do Regionalismo do Nordeste e diante da repercussão de ambas as correntes na sociedade maceioense. Tal situação mostrou-se significativa ao amparo da relevância da escritura nordestina associada a projetos literários de escritores e intelectuais alagoanos como Graciliano Ramos, Jorge de Lima, Aurélio Buarque de Holanda, entre outros. Mais tarde, reconhecidos como nomes fundamentais à afirmação das letras nacionais. Como publicações sintomáticas do movimento de 22, as páginas do JA se aclimataram ao plano estético lançado sobre a prosa e a poesia modernas, sobre o qual foram embasados os anseios revolucionários das três fases geracionais constitutivas do movimento. Assim, a locução modernista tencionava a resolução do posicionamento da palavra poética por meio do afastamento de um repertório, até então, cultuado pelo verbo solene. Ao mesmo tempo, promovia a abordagem do viver e do homem comuns como matéria fundamental à poesia, o que acarretou na prosperidade do diálogo entre autor e leitor, favorecido pelos jornais, como um dos maiores legados da artística modernista para a literatura brasileira do século XX. A resposta dada por essas publicações, ao promover o estabelecimento do olhar do poeta sobre o habitual a partir de critérios de originalidade sobre os versos ou a narrativa, permite chegar a um entendimento de literatura como prática social capaz de culturalizar a linguagem do escritor na civilização de um povo. Escritor este plausível de ser identificado pelo meio social de seu tempo não mais pela erudição vocabular como principal aspecto de sua ascensão, e sim como desvelador ou porta-voz de uma impressão particular de mundo. Ambos, escritor e literatura, passíveis de serem interpretados pela perspectiva de um sentido moderno sobre o qual passam a se afirmar, não mais referenciados pelas vias do Modernismo