Falando com bebês: da detecção de sinais de risco para Autismo à intervenção precoce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Mansur, Odila Maria Ferreira de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10476
Resumo: Os casos de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) são caracterizados por déficits persistentes na comunicação e interação social em múltiplos contextos. O diagnóstico de TEA também inclui presença de padrões de comportamentos repetitivos e interesses restritos. Considerando a necessidade de intervenção e a escassez de profissionais qualificados para intervenção a crianças com Autismo, o objetivo do presente estudo foi verificar o efeito da aplicação de um programa de ensino por pais/cuidadores sobre o desempenho de seus filhos nos referidos programas. Participaram do estudo três crianças, com 08, 16 e 18 meses, com diagnóstico ou suspeita de Autismo e seus respectivos cuidadores. Trata-se de pesquisa quase experimental, intrassujeitos, do tipo AB - linha de base, tratamento e follow-up-. Além disso, as estimativas de tamanho de efeito foram calculadas utilizando o método non-overlap de todos os pares e Tau-U. Os cuidadores conduziram a intervenção no Ambulatório Interdisciplinar do Hospital dos Plantadores de Cana, em Campos dos Goytacazes-RJ, e tiveram seus desempenhos e das crianças avaliados por meio de sessões de 40 minutos realizadas semanalmente, durante um ano. O desempenho nos programas foi acompanhado a cada sessão. Foi elaborado um programa individualizado, para cada criança, de base desenvolvimentista. Foi priorizado um ambiente lúdico, visando estabelecer interação social entre a criança e o cuidador, bem como aumento de turnos de responsividade dos participantes adultos e crianças. Das participantes, Izabel teve a melhor resposta à intervenção, foi a única participante que apresentou melhoras nas iniciativas de interação. Além disso, Izabel teve melhora na frequência de resposta facial e corporal. Já a menina Ana, obteve melhora na expressão corporal e verbal. Márcia exibiu melhora na resposta mista (facial e corporal) de acordo com a estatística. Entretanto, por mais que a estatística não tenha encontrado aumento significativo nas outras variáveis das meninas, como o aumento da resposta facial e do total de respostas da Izabel, bem como o aumento da iniciativa corporal de Márcia. Em relação às cuidadoras, a cuidadora da Márcia se destacou com o aumento da frequência de uso de duas estratégias: chamar a criança pelo nome e brincar com a criança pelo toque, estimulando o sorriso responsivo. As cuidadoras da Ana e Izabel aumentaram o uso de apenas uma estratégia: usar músicas infantis e fazer um comentário engraçado ou elogioso para que a criança voltasse a brincar. Foram avaliados os efeitos do programa de intervenção precoce no desempenho dos sujeitos da pesquisa, concluindo que o programa de intervenção aos cuidadores influenciou de forma estatisticamente significante na frequência de turnos e modalidade de respostas da criança. A partir dos dados, pode-se concluir que a intervenção via cuidador, orientada por profissional, pode ser efetiva e apropriada ao contexto socioeconômico brasileiro, que carece de programas governamentais e de profissionais qualificados para conduzir intervenções no tratamento de Autismo precoce