Entre corpos, criações e narrativas: um estudo sobre o encontro da dança com crianças na educação infantil
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21795 |
Resumo: | O campo de investigação desta pesquisa surge do interesse desta pesquisadora-professora-artista em elaborar um espetáculo cênico para crianças. A Escola de Educação Infantil da UFRJ (EEI-UFRJ) foi o território da infância onde se buscou o convívio com um grupo de crianças pela linguagem da dança como fonte e alimento do processo criativo para elaboração de “Vagalumeando”. Desta experiência veio o interesse em continuar no espaço para pensar a linguagem da dança na educação infantil, valorizando a criação na infância e os processos criativos em dança nas práticas artístico-pedagógicas. Assim, nasce esta pesquisa investigando o que acontece na experiência do encontro da dança com crianças, levando à compreensão de modos de pensar e de fazer danças com crianças na educação infantil. Destacamos que na primeira etapa da educação básica há de se considerar uma perspectiva não conteudista e não escolarizante das práticas educativas. As questões que nortearam o estudo foram: o que expressam os corpos crianças e o que aprendemos com elas nos encontros dançantes na educação infantil? Quais as contribuições da dança para a formação de corpos criadores desde a educação infantil? Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, em que a escuta e o diálogo com as crianças foi condição fundamental durante todo o processo investigativo. Considerando uma investigação atravessada pela pandemia da Covid-19, o caminho encontrado foi revisitar as práticas artístico-pedagógicas realizadas nos projetos de dança desenvolvidos na EEI-UFRJ, nos anos de 2016 a 2018, através de registros produzidos na época (fotos, vídeos, diário de campo, folders, audiovisuais e outros), bem como conversar com algumas crianças que participaram do projeto, buscando memórias e narrativas de suas vivências dançantes na escola, por meio de encontros remotos realizados individualmente e em grupo. Compreende-se para os devidos fins a criança como sujeito histórico-cultural, ativo, de direitos, produtor de conhecimento e de cultura, tendo como principais referências teóricas Benjamim (2009), Vigostski (2018), Aquino (2005), Pereira (2012), Sarmento (2007), dentre outros. Conclui-se que a dança na educação infantil pode ir ao encontro da reivindicação das crianças por mais tempo-espaço para a experiência do corpo em movimento, instigando e apoiando sua curiosidade corporal e suas experiências criativas, fazendo aparecer a singularidade e a potência dos corpos crianças. Defende-se que a arte seja um direito para todas as pessoas desde tenra idade, sendo necessário outros olhares para a dança na infância e para além da educação infantil. É preciso também, em outros espaços da dança, olhares que tragam para cena as crianças e as infâncias na produção cênica artística, na formação de graduandos e graduandas em dança, na concessão de pautas dos teatros para o público infantil, nos editais de fomento à pesquisa. Por fim, no traçado da experiência desta pesquisa, desenha-se uma política do encontro da dança com as crianças que se expressa pela ideia de Dançar COM as crianças, como proposta voltada à expansão e à liberdade dos corpos, reafirmando o pensamento freireano da educação como prática de liberdade e da necessidade contemporânea de produção do conhecimento e criação em ritmo decolonial. |