Representações do ato de escrever de alunos do Ensino Fundamental II
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6200 |
Resumo: | A linguagem, simbólica e representativa, tem na escrita sua expressão mais elaborada. A partir da concepção de escrita como trabalho (FIAD & MAYRINK-SABINSON, 1991) e como autoafirmação (BERNARDO, 2000), e compreendendo que o ato de escrever está em franco processo de transformação na sociedade contemporânea devido às novas tecnologias, a presente tese investiga a relação do sujeito com a escrita. O objetivo é identificar sentidos do ato de escrever que emanam das falas do sujeito-aluno, considerando o processo ensino-aprendizagem. O funcionamento do sistema cognitivo interfere no social e sofre interferência dele, a individualidade é atravessada, constituída e reconstruída pelo simbólico, pelo imagético, concedendo ao sujeito sentimento de pertença, de identidade social. Os dados foram coletados por meio de evocação livre e de grupos focais de cinco alunos, totalizando 24 grupos. Participaram 120 alunos de duas escolas públicas municipais do interior do estado do Rio de Janeiro, matriculados nos anos finais do Ensino Fundamental. Para análise, as respostas foram transcritas e reduzidas a quatro grandes grupos (vozes do 6º, do 7º, do 8º e do 9º ano) a partir dos quais se fez uma observação em perspectiva sincrônica, para vislumbrar como os sujeitos do início do século XXI representam a escrita, e transversal, buscando permanências e/ou especificidades de cada ano nesse sistema de representação. Optou-se pelos dispositivos analíticos da análise do discurso francesa (PÊCHEUX, 1969/1997; ORLANDI, 1990/2013), focada nos entremeios, no não-dito, e nas construções ideológicas. A investigação torna-se relevante na medida em que, a partir da compreensão das representações sobre a escrita, é possível (i) fornecer uma panorâmica sobre o desenvolvimento da escrita neste momento de transição por que passa a compreensão do ato de escrever, (ii) refletir sobre o processo ensino-aprendizagem, além de (iii) indicar práticas pedagógicas que considerem as representações identificadas. Como os discursos se constituem na fronteira entre o eu e o outro (BAKHTIN, 2010), a análise dos dados permitiu voltar o olhar para a identificação de práticas que incidem sobre a construção da identidade do sujeito-aluno (CAVALARI, 2011). Abrangeu-se, assim, dois extremos da Educação: o conhecimento acadêmico (universo reificado) e o sujeito aprendiz (universo consensual). Discute-se ainda o conceito e a aplicabilidade da Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 1978) e sua relação com as bases teóricas da análise do discurso. Observou-se a predominância do discurso moral, cuja produção de sentidos remete especialmente às noções de certo e errado, e de corrigir, sendo o verbo falar o mais citado; a escrita em ambientes virtuais é representada também pelo verbo falar. Escrever tem como termo mais evocado a palavra chato , com sentido de cansativo . Os conhecimentos dos alunos estão ancorados ainda no discurso religioso da escrita como dom, com tecnologia ocupando o lugar sagrado. O lugar da escrita manuscrita é reservado a aspectos afetivos e terapêuticos. Identificou-se ainda a negação da percepção da escrita ensinada na escola como conteúdo prático e a identificação dos sujeitos como escritores que ocupam um não lugar, determinados pelo discurso moral, que definem sua competência escritora como contínuo do próprio caráter |