Nicotina e adolescência: efeitos comportamentais em camundongos Suíços do tratamento farmacológico para a dependência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Claudio Neto, Sylvio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12670
Resumo: A nicotina é a principal substância farmacologicamente ativa no cigarro responsável pela dependência. Tem sido demonstrado que os adolescentes, ao serem expostos à nicotina, aumentam os riscos de adquirir dependência duradoura. Estratégias para facilitar a interrupção do seu uso têm sido desenvolvidas, porém pouco se sabe sobre os efeitos da exposição à nicotina na adolescência e menos ainda dos efeitos de curto e longo prazos dos tratamentos disponíveis para a reversão da dependência. O objetivo desse trabalho foi analisar o comportamento no teste do Labirinto em Cruz Elevado (LCE) e no Campo Aberto (CA) de camundongos expostos à nicotina na adolescência e em seguida tratados com vareniclina ou bupropiona. Do dia pós-natal 30 (PN30) a PN45, 899 camundongos Suíços de ambos os sexos foram expostos a uma solução de sacarina a 2% contendo 50µg/ml de nicotina (NIC) ou uma solução de sacarina a 2% (SAC) em garrafas plásticas padrão. De PN46 a PN56, os animais foram tratados por via oral (gavagem) com um dos seguintes fármacos: a) vareniclina a 0,1 mg/kg (VAR1); b) vareniclina a 1,0 mg/kg (VAR2); c) bupropiona a 30 mg/kg (BUP1); d) bupropiona a 60 mg/kg (BUP2). Além dos tratamentos citados acima, dois outros tratamentos foram realizados: a) animais receberam nicotina (NIC) na conforme o método utilizado no período de exposição, recebendo adicionalmente gavagem de solução veículo; b) animais que receberam nicotina (NIC) e que receberam, por gavagem, VAR1. Os seguintes grupos experimentais foram formados (exposição - tratamento): 1) SAC-VEH; 2) SAC-NIC; 3) SAC-VAR1; 4) SAC-VAR2; 5) SAC-NICVAR1; 6) SAC-BUP1; 7) SAC-BUP2; 8) NIC-VEH; 9) NIC-NIC; 10) NIC-VAR1; 11) NIC-VAR2; 12) NIC-NICVAR1; 13) NIC-BUP1; 14) NIC-BUP2. Os animais foram comportamentalmente testados em um de três períodos diferentes: a) durante a vigência do tratamento (LCE em PN54 e CA em PN55); b) com 5 dias de encerramento do tratamento (LCE em PN61 e CA em PN62); c) com 10 dias de encerramento do tratamento (LCE em PN66 e CA em PN67). Animais diferentes foram utilizados em cada período. Em relação ao EPM, nossos principais resultados indicam que, durante a vigência, a bupropiona reverteu parcialmente o efeito ansiogênico da exposição à nicotina enquanto que a vareniclina não apresentou uma melhora consistente nos resultados. Com 5 dias de retirada, não foram observados efeitos sobre a ansiedade associadas à bupropiona, mas o tratamento combinado de nicotina com vareniclina foi marcadamente ansiolítico. Com 10 dias de retirada da bupropiona, a dose menor deste fármaco normalizou os níveis de comportamento associado à ansiedade dos animais expostos à nicotina. Neste mesmo período, o tratamento combinado de nicotina com vareniclina normalizou o comportamento ansiolítico da exposição à nicotina enquanto que o tratamento só com vareniclina (qualquer das doses) apresentou um efeito ansiolítico. Não foram observados efeitos da exposição ou tratamento sobre a atividade locomotora total dos animais. Os nossos resultados sugerem que tanto o tratamento com bupropiona quanto com vareniclina, em combinação ou não com a nicotina, apresentam um padrão seguro de uso ainda durante a adolescência.