Os efeitos locomotores e exploratórios da infusão contínua de nicotina em camundongos Suíços adolescentes são modulados de forma sexo- e idade-dependente pela exposição ao Ambiente Enriquecido na infância
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Biociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16113 |
Resumo: | O enriquecimento ambiental (AE) consiste em um modelo experimental no qual os animais são expostos a um ambiente que fornece uma variedade de estímulos cognitivos, sensoriais e motores. Pesquisas em ratos mostraram que o AE pode estimular a neurogênese, no hipocampo por exemplo, ao longo de toda a vida. Essas modificações estruturais resultam em aprimoramento da função cognitiva, que pode ser observada através da melhora em tarefas envolvendo memória e aprendizagem. O AE traz também benefícios comportamentais na modulação do humor e no contato social. A exposição ao AE durante o desenvolvimento pode ter impacto sobre as respostas neurofisiológicas às drogas de abuso devido à sua ação sobre o sistema de recompensa do cérebro. Estudos tem proposto que o AE é uma nova possibilidade na abordagem neurocomportamental de diferentes alterações na função do sistema nervoso central, particularmente em relação ao seu papel tanto na prevenção como na reversão dos efeitos da dependência a diferentes drogas de abuso. De fato, atribui-se ao AE um papel protetor contra o desenvolvimento desta dependência. No presente estudo, nosso objetivo foi o de avaliar, em camundongos Suíços, o impacto da exposição prévia ao AE na infância sobre os efeitos derivados do tratamento com nicotina durante a adolescência em parâmetros comportamentais relacionados à atividade locomotora, à busca por novos estímulos e à ansiedade, bem como sobre o conteúdo cerebral de dopamina, DOPAC e noradrenalina, em dois momentos do desenvolvimento do animal, na adolescência, no 45o dia de vida pós-natal (PN) e na idade adulta (PN75). Para tanto, de PN15 a PN30 (infância), as ninhadas experimentais foram separadas em dois grupos: as expostas ao AE e as expostas ao ambiente controle (CONT). De PN30 a PN45 (adolescência), os animais foram tratados com nicotina (NIC; minibomba osmótica s.c.) ou salina (SAL). Formaram-se, então, 4 grupos experimentais: CONT-SAL, CONT-NIC, AE-SAL e AE-NIC. Os animais foram avaliados, em PN45 (adolescentes) ou em PN75 (adultos), inicialmente no campo aberto (CA) e, 2 h, depois, no campo vazado (CV). No CA, a exposição ao AE aumentou a atividade locomotora das fêmeas adolescentes. Na idade adulta, os machos tratados com nicotina também apresentaram um aumento na atividade locomotora. No CV, a exposição ao AE reverteu os efeitos da nicotina sobre o número de orifícios explorados tanto nas fêmeas como nos machos adultos. A exposição ao AE reduziu a concentração de dopamina no córtex dos machos adultos, enquanto que o conteúdo de DOPAC foi reduzido nos machos adultos expostos ao AE e tratados com nicotina. Além disso a exposição ao AE aumentou a concentração de noradrenalina cortical tanto em fêmeas como em machos adultos. Nossos resultados indicam a clara influência da exposição ao ambiente enriquecido no comportamento dos animais, podendo modular ou até mesmo reverter efeitos causados pelo tratamento com a nicotina de forma sexo-dependente. |