Análise do impacto da infecção pelo HPV e alterações citopatológicas cervicais em uma coorte de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cintra, Fernanda Ribeiro Elias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22826
Resumo: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma condição inflamatória crônica, que ocorre predominantemente em mulheres, cujas alterações imunológicas associadas à própria doença e à terapia imunossupressora podem determinar um risco aumentado de neoplasias e infecções. Nesse contexto, existe uma atenção à relação entre LES e o câncer cervical, a quarta mais prevalente neoplasia entre as mulheres no mundo e a segunda entre os países de baixa e média renda, sendo a infecção pelo Papillomavírus humano (HPV) uma condição primordial para o seu desenvolvimento. Diversos estudos têm avaliado a relação entre LES e o carcinoma cervical. A maioria deles não observou associação positiva, mas de forma curiosa, as lesões intraepiteliais escamosas cervicais, consideradas lesões pré-malignas, são mais frequentes em paciente com LES, assim como, também, a prevalência da infecção pelo HPV. Apesar disso, pouco é conhecido sobre o curso evolutivo das displasias cervicais e da infecção pelo HPV nesse grupo de pacientes, assim como as consequências clínicas que essas alterações podem ocasionar no curso da doença. Desta forma, o presente estudo busca avaliar o impacto clínico a longo prazo da infecção pelo HPV e das alterações citopatológicas cervicais, em uma coorte de pacientes com LES, cuja investigação de infecção pelo HPV/lesões cervicais foi realizada no momento da inclusão. A análise evolutiva foi efetuada através de coleta retrospectiva e prospectiva de dados clínicos e sociodemográficos, além da pesquisa de todos os exames citopatológicos da cérvice uterina realizados ao longo do acompanhamento. Um total de 174 pacientes foram avaliadas, durante uma média de acompanhamento de 12 anos, sendo observado um aumento de doença renal crônica estabelecida nos pacientes que apresentavam lesões escamosas intraepiteliais cervicais na inclusão, uma maior variação do índice de dano da doença no grupo de pacientes com lesões cervicais associada à infecção pelo HPV e uso mais frequente de hidroxicloroquina no grupo sem lesões cervicais iniciais. Além disso, a presente investigação revelou um baixo índice de exames citopatológicos sequenciais, visto que apenas 43 pacientes (24,7%) realizaram o exame após a coleta inicial. Os dados demonstram a inadequação do rastreamento do câncer cervical entre as pacientes com LES, um grupo considerado de elevado risco para infecção pelo Papillomavírus humano, e a necessidade de uma maior orientação de reumatologistas, clínicos gerais e ginecologistas sobre o rastreio específico adequado. Além disso, observou-se que a infecção pelo HPV e as displasias cervicais podem estar associadas a alterações clínicas no curso do LES.