Estudo imunohistoquímico da expressão de inibidores de metaloproteínas da matriz TIMP-2 e RECK nas lesões e câncer cervical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: LIMA, Mirella Cristina Pereira de
Orientador(a): SILVA NETO, Jacinto da Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Patologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16590
Resumo: O câncer de colo uterino é o terceiro câncer mais comum em mulheres. A infecção e persistência do papilomavirus humano (HPV) tem papel fundamental no surgimento e evolução das lesões cervicais, promovendo alterações no ciclo celular e proliferação celular descontrolada através das oncoproteínas E6 e E7. Entretanto, fazem-se necessários diversos outros fatores para o desenvolvimento de neoplasias. Entre estes, encontram-se as metaloproteinases de matriz (MMP), endopeptidases capazes de digerir matriz extracelular, membrana basal e induzir fatores de crescimento, que participam dos processos de invasão, metástase, angiogênese e recidiva tumorais. Em lesões neoplásicas, a síntese de MMPs encontra-se aumentada. Sua atividade normalmente é contrarregulada por inibidores endógenos, sendo muito comum que haja desequilíbrio nesta relação em lesões tumorais. A despeito de muito estudo sobre sua relação com o câncer cervical, sabe-se pouco sobre o papel das MMPs e seus inibidores na progressão de lesões cervicais causadas por HPV. Este estudo procura correlacionar a expressão de TIMP2 e RECK às lesões cervicais causadas por HPV. Foram utilizadas 115 amostras teciduais, obtidas por conização de lesões cervicais uterinas entre 2011 e 2015 no Hospital das Clínicas de Recife, nas quais foi realizado estudo histopatológico e imunohistoquímico. Foi observada reatividade fraca no citoplasma de células do tecido escamoso de 28,5% dos controles, sem nenhuma lâmina demonstrar reatividade moderada ou forte. Quanto ao núcleo, a quase totalidade das amostras não apresentou TIMP-2, enquanto 28,5% dos controles o fez. No epitélio glandular nenhuma amostra do Grupo Controle, NIC I ou NIC II foi positiva para TIMP2 no citoplasma e núcleo. Das amostras de NIC III, 6% demonstraram positividade no citoplasma. Os resultados de RECK no citoplasma do epitélio escamoso mostraram que a expressão de RECK no citoplasma de células epiteliais escamosas é significativamente maior quanto maior o grau de lesão do tecido, exceto no CC, onde a expressão é menor que a das lesões NIC III (p = 0,019). Os resultados demonstraram que a expressão nuclear de RECK em células epiteliais escamosas é significativamente menor nos tecidos displásicos (p < 0,001). Nas análises de citoplasma do epitélio glandular , nenhuma amostra do Grupo Controle, NIC I e NIC II foi positiva, havendo 3,6% de positividade nas lesões de NIC III, todas com reatividade fraca ou moderada, e 10% de positividade moderada nas amostras de CC. Nenhuma das amostras apresentou positividade nuclear. Os resultados obtidos demonstram menor expressão nuclear de TIMP2 e RECK na presença de displasia e maior expressão citoplasmática de RECK nas células escamosas. Esta foi maior quanto mais alto o grau de displasia, mas foi menor nas amostras de carcinoma do que nas de NIC III. Conclui-se que os inibidores de MMPs podem ter utilidade como marcadores imunohistológicos nas lesões cervicais, sendo necessários mais estudos para sua validação prática.