Imagem-nação, nação imaginada: história, memória e identidade em Os Memoráveis, de Lídia Jorge

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Ariane de Andrade da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6976
Resumo: Esta dissertação analisa o romance "Os Memoráveis" (2014), da autora portuguesa Lídia Jorge, através da relação que este estabelece com a Revolução de 25 de Abril de 1974 e seus desdobramentos. No que toca à revisitação desse marco histórico da nação portuguesa, discute-se a interlocução entre o discurso historiográfico e o discurso (meta) ficcional, principalmente, com vistas a repensar de que formas o quadro político-social português foi, no período revolucionário, entremeado por forte intervenção norte-americana, assim como quais foram (são) os reflexos disso em Portugal. Essa reflexão é iluminada pela análise de elementos que norteiam a busca pelo passado, nesse sentido, repensa-se a História através da memória tanto de objetos guardados, quanto de sujeitos testemunhais. Diante do despertar para as margens da história, reavalia-se o caminhar de três jovens jornalistas portugueses afetados que são pelo confronto geracional que protagonizam e por um percurso que os obriga a ler a História a contrapelo. Ainda, ao percebermos a recuperação ficcionalizada de ícones do período revolucionário, discutem-se os processos que levam tais sujeitos em exílio a encontrarem nas memórias do passado, nesse tempo fraturado, um local de pertencimento, desenraizando-se do presente. Percebe-se, ainda, que a personagem Ana Machado, ao retornar ao seu país de origem, estará posicionada em um tempo de interrogações, em que pesa a necessidade de confrontar-se com a figura de seu pai e, ao mesmo tempo, reavaliar os laços afetivos que mantém com sua pátria. A par dessa relação, investiga-se, finalmente, a emergência de uma narração fragmentada, que se submete à memória de seus interlocutores na recomposição daquilo que foi relegado às sombras da história.