Avaliação da relação entre o nascimento prematuro, baixo peso ao nascer e déficit da função renal
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18643 |
Resumo: | Esta tese teve o objetivo de avaliar a relação entre o nascimento prematuro, baixo peso ao nascer (BPN) e déficit da função renal. Para tal, foram desenvolvidos dois estudos. O primeiro foi uma revisão integrativa da literatura com o objetivo de reunir as publicações científicas mais recentes sobre a influência da prematuridade no desenvolvimento da doença renal crônica (DRC). Foram consideradas as publicações do período de 2016 a 2020, nos idiomas português e inglês que abordaram a relação entre prematuridade e desenvolvimento da doença renal bem como os mecanismos que explicam tal associação, a partir da hipótese de que os recém-nascidos pré-termo são mais vulneráveis à DRC. A estratégia de busca ocorreu utilizando as bases de dados eletrônicas USA National Library of Medicine (Medline/PubMed), Biblioteca Virtual em Saúde (Bireme/Lilacs) e Biblioteca Cochrane, a partir da combinação e do uso livre dos termos indexados na plataforma Mesh: premature birth; infant; premature; kidney disease; kidney failure; chronic; renal insufficiency. Foi realizada seleção inicial por dois avaliadores independentes, com triagem dos artigos de interesse a partir da avaliação dos títulos e dos resumos. Quando não esclarecedores, realizou-se a leitura do artigo na íntegra. Foram excluídos artigos repetidos e as discordâncias entre os avaliadores foram resolvidas por consenso. Utilizou-se análise qualitativa dos estudos para síntese e interpretação dos resultados. Verificou-se que os estudos recentes apontam o efeito da prematuridade sobre o risco de desenvolvimento da DRC, apesar de serem necessárias evidências mais robustas para nortear as orientações formais de acompanhamento de crianças nascidas de parto prematuro, desde a infância até a vida adulta. O segundo foi um estudo transversal, com o objetivo de avaliar associação de déficit renal com características maternas e de crianças com BPN egressos de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Foram obtidos dados maternos e relacionados às crianças por meio de prontuários eletrônicos e de consultas no ambulatório. Para estimativa da taxa de filtração glomerular (TFG) utilizou-se a equação combinada de Zapittelli (2006). Realizada análise de regressão logística em que déficit renal, representado por TFG<60 mL/min/1,73m² constituiu variável desfecho e características maternas, variáveis independentes. Variáveis de confundimento relacionadas às crianças foram controladas. A prevalência de déficit na função renal entre as 154 crianças avaliadas foi de 34,42%. A maioria das crianças com déficit na função renal era do sexo masculino (56,6%), idade gestacional >32 semanas (56,6%), média de peso ao nascer de 1439,7±347,5 gramas e estimativas médias de TFG de 46,9±9,3 mL/min/1,73m². No período da avaliação, as crianças que apresentavam maior peso tiveram menor risco de desenvolver déficit da função renal (OR=0,803; IC=0,650-0,993) e ter usado drogas nefrotóxicas durante internação em UTIN aumentou a chance desse déficit (OR=2,781; IC=1,095-7,061). Conclui-se que o peso pode atuar como fator protetor para déficit da função renal entre crianças que nasceram com baixo peso, enquanto o uso de drogas nefrotóxicas durante internação em UTIN aumenta a chance desse déficit. As características maternas avaliadas não estiveram relacionadas ao déficit da função renal. |