Associação entre alterações cardíacas e taxa de filtração glomerular estimada pela creatinina e cistatina c em pacientes com doença renal crônica sob tratamento conservador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: VALENÇA, Andréa Camello Esteves Perrelli
Orientador(a): MARKMAN FILHO, Brivaldo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias da Saude
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18426
Resumo: A doença renal crônica (DRC) caracteriza-se por perda irreversível e progressiva da função renal, definida por redução da taxa de filtração glomerular (TFG) ou alteração renal estrutural. É bastante prevalente no Brasil e no mundo e está associada a alta morbimortalidade por doença cardiovascular (DCV). Apesar de ser a principal causa de mortalidade, a DCV nestes pacientes com frequência é subdiagnosticada e subtratada. Estudos mostram que a prevalência de alterações cardíacas aumenta a medida que ocorre declínio da função renal. A forma mais frequentemente utilizada para estimar a TFG é através da dosagem sérica da creatinina. No entanto, a cistatina C tem se sobressaído como marcador mais fidedigno por apresentar vantagens em relação à creatinina, como por exemplo, não sofrer influência de massa muscular, sexo ou idade. Entretanto, estudos sugerem que a TFG calculada pela combinação das medidas da creatinina e da cistatina C é mais precisa do que as medidas isoladas. O uso combinado destes marcadores pode ser útil para distinguir melhor os estágios de disfunção renal e, desta maneira, identificar mais precocemente a necessidade de estudo ecodopplercardiográfico para detecção de alterações cardíacas subclínicas estruturais e funcionais. Objetivou-se realizar um estudo de corte transversal em pacientes com DRC em tratamento conservador avaliando a TFG estimada pela creatinina, cistatina C e combinação de ambas e suas associações com alterações cardíacas. Os pacientes foram classificados em estágios da DRC, de acordo com as diretrizes do Kidney Disease Impoving Global Outcomes e com a TFG estimada, utilizando a equação Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration, através das medidas séricas da creatinina e da cistatina C. Para critério de comparação os pacientes classificados em estágios 3a, 3b e 4 foram considerados grupo 1 e os pacientes do estágio 5, grupo 2. As alterações ecodopplercardiográficas avaliadas incluíram: disfunção diastólica, disfunção sistólica, alterações de geometria do ventrículo esquerdo (VE) e disfunção valvar. Foram avaliados 140 pacientes, em um único centro de referência em nefrologia, por um período de 6 meses. Quando a TFG foi estimada pela cistatina C, observou-se associação inversa entre o grau de disfunção renal e a presença de alteração de geometria do VE (45,4% no grupo 1 e 87,5% no grupo 2, p = 0,028) e disfunção valvar (8,3% no grupo 1 e 50 % no grupo 2, p = 0,005). Essa associação não foi observada quando a TFG foi estimada pela creatinina ou pela combinação de creatinina e cistatina C. Não houve associação entre o grau de disfunção renal e a presença de disfunção diastólica e disfunção sistólica. Concluiu-se que a TFG estimada pela combinação de creatinina e cistatina C não foi 9 superior ao uso isolado dos marcadores em predizer alterações ecodopplercardiográficas em pacientes portadores de DRC em tratamento conservador.