Avaliação do consumo dietético de potássio e proteína e sua relação com função renal, homeostase de potássio, balanço ácido-base e massa e função muscular em pacientes com doença renal crônica não dependentes de diálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Brito, Maria Paula Soares da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22912
Resumo: A recomendação nutricional para o tratamento de pacientes com doença renal crônica não dependentes de diálise (DRC-NDD) não está estabelecida para o teor e fontes alimentares de potássio (K). A ingestão dietética de K em geral não se associa com seu nível sérico, e a relação da ingestão com a progressão e mortalidade na DRC é controversa. Até o momento, nenhum estudo avaliou a relação da ingestão de K e de suas fontes alimentares com a homeostase do K, o equilíbrio ácido-base e com massa e função muscular, os quais são fatores relacionados ao risco de pior evolução da DRC. O objetivo do presente estudo foi avaliar a ingestão alimentar de K e proteína (PTN), e das suas principais fontes alimentares, e sua relação com a função renal, homeostase do potássio e estado ácido-básico, massa e função muscular em pacientes com DRC-NDD. Trata-se de um estudo transversal com pacientes DRC-NDD sob tratamento regular ambulatorial em um único centro. A coleta de dados e as avaliações realizadas incluíram as análises: (a) parâmetros sanguíneos de rotina e urina de 24 horas; (b) acidez titulável (AT) e amônio (NH4+) em amostra de urina, e a excreção urinária total de ácidos obtida pela soma de NH4+ e AT; (c) ingestão alimentar realizada por registro alimentar (RA), produção líquida de ácido endógeno (NEAP) foi estimada a partir dos valores de PTN e de K dietéticos obtidos pelo RA; (d) vetores da bioimpedância tetrapolar de unifrequência foram usados para estimar a massa muscular em equação apropriada. A massa e força muscular, e a performance física foram avaliadas seguindo a metodologia padronizada. As análises estatísticas incluíram: test-T e ANOVA, ou Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, correlação de Pearson ou Sperman, de acordo com a normalidade. Foram avaliados 60 pacientes (52% mulheres e 48% homens) com média de idade=62,9±14,6 anos, e taxa de filtração glomerular=34,9±12,7 mL/min., sendo 55% (n=33) nos estágios 3A/3B da DRC. O consumo dietético e a excreção urinária de ureia, creatinina, K e de ácidos foi semelhante entre estágios. A ingestão dietética de PTNs estava acima das recomendações, sendo a principal fonte os alimentos de origem animal, e a ingestão de K foi de aproximadamente 2000 mg/dia, sendo a maioria de fonte vegetal. A hipercalemia e acidose foram observadas em torno de 20% dos pacientes, estando a maioria no estágio 4 da DRC, e a ingestão de PTN e K, e o NEAP foram semelhantes entre os pacientes sem e com acidose e hipercalemia. A ingestão de fontes de PTN e K de origem animal se correlacionou com maior NEAP e com maior excreção total de ácidos na urina, e esta maior excreção se associou com menor risco de ter baixas massa e força muscular. A ingestão ditetética de K e PTN não se relacionou com nível de função renal nos estágios 3-4 da DRC, e com os niveis séricos de K e bicarbonato. O alto consumo de fontes alimentares animais de PTN e K se associou ao aumento do NEAP da sobrecarga renal através da maior excreção urinária de ácidos. O risco de presença de baixas massa e força muscular foi menor diante da maior excreção urinária de ácidos.