Análise fitoquímica de frações do extrato aquoso de Echinodorus macrophyllus e de seu potencial antinociceptivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Martins, Bruna de Paiva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18371
Resumo: Echinodorus macrophyllus (Kunth) Mich., espécie da família Alismataceae, é uma planta medicinal utilizada popularmente como diurético e anti-inflamatório, e conhecida como chapéu de couro. O objetivo deste estudo foi realizar o fracionamento e caracterização fitoquímica do extrato aquoso e frações de Echinodorus macrophyllus e avaliar o potencial antinociceptivo in vivo. O EAEm foi obtido por infusão das folhas em água destilada (50 g p.s./L, 100°C), seguido de filtração e liofilização. O EAEm foi fracionado em Sephadex LH-20, gerando as frações Fr20 e Fr40, assim como por extração líquido-líquido gerando as frações FHex, FDCM, FAcE, FBut e FAq. Todas as frações originadas do EAEm foram analisadas por TLC ou HPTLC em placa de sílica gel 60 e por HPLC-DAD em coluna C18. Os modelos in vivo de nocicepção utilizados foram o de placa quente e o de formalina, os quais avaliam respostas a estímulos nociceptivos térmicos e químicos, respectivamente, utilizando-se camundongos SW machos (25-30 g). No modelo de placa quente, os animais foram tratados previamente (v.o.) com EAEm (25 mg/kg), Fr20 e Fr40 (25 e 100 mg/kg), veículo e morfina (10 mg/kg, i.p.). No modelo de formalina, os animais foram tratados previamente (v.o.) com FAcE e FBut (25 e 50 mg/kg), dipirona (50 mg/kg v.o.), veículo (controle) e morfina (10 mg/kg i.p.). Este modelo é bifásico: 0 – 5 min, fase 1 (neurogênica); e de 15 – 25 min, fase 2 (inflamatória). As frações Fr40, FAcE e FBut apresentaram perfis com banda amarela semelhante, quando avaliadas por TLC ou HPTLC e reveladas para flavonoides, o que sugere a presença desta classe de compostos nas frações. As flavonas orientina, isoorientina, vitexina e isovitexina foram utilizadas como padrões, e baseando-se nas colorações e valores de Rf é possível sugerir que a isoorientina e a isovitexina estejam presentes no EAEm, FAcE e FBut, enquanto a vitexina no EAEm, FBut e FAq. Quanto à avaliação da ação antinociceptiva, utilizando-se o modelo de placa quente, a Fr20 foi capaz de aumentar o tempo de latência em 30 min (25 mg/kg) e em 60 min (25 e 100 mg/kg), e a Fr40 na dose 100 mg/kg, em 30 e 60 min. No modelo de formalina, a FAcE apresentou redução do tempo de mordidas e lambidas na fase 1 (neurogênica) com (25 mg/kg), enquanto a FBut reduziu esse tempo com ambas as doses nesta mesma fase, já na fase 2 (inflamatória) a FBut reduziu o tempo apenas com 25 mg/kg. Em função das atividades antinociceptivas observadas com as amostras obtidas do EAEm, estas podem estar associadas à inibição de mecanismos de dor de ação central e/ou periférica, mediados por nociceptores ativados por estímulos térmicos e químicos. Concluindo, o fracionamento do EAEm por partição líquido-líquido foi reprodutível e aumentou o rendimento das frações com ação antinociceptiva, o que permite a continuidade do estudo destas frações. Além disso, as frações Fr40, FAcE e FBut apresentaram perfis fitoquímicos compatíveis com flavonoides, os quais devem estar associados à importante ação antinociceptiva observada.