A leitura de loop em loop: um estudo de caso sobre a compreensão leitora de dubladores brasileiros
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16817 |
Resumo: | A dublagem como modalidade de tradução audiovisual (TAV) pode ser definida como aquela em que a linguagem verbal oral original é substituída pela linguagem verbal oral na língua alvo pelo dublador, a partir de um roteiro de falas na língua alvo (FRANCO; ARAÚJO, 2011). Podemos, então, assumir que dublagem e compreensão leitora são duas temáticas afins, passíveis de articulação em uma pesquisa acadêmica. No entanto, não encontramos tese, dissertação ou artigo acadêmico que as relacionasse, assim como são escassas as pesquisas que adentram os estúdios para realizar coletas de dados (DORIA, 2019). A presente pesquisa propõe suprir parte dessas demandas acadêmicas, partindo do problema: “Qual o papel da compreensão leitora do texto escrito durante o processo de dublagem no Brasil?”. Nosso objetivo é discutir a inserção da compreensão leitora durante o processo de dublagem. Assumimos a postura de que o letramento e a leitura são processos cognitivos situados socialmente, apoiando-nos nos estudos de Cerrutti-Rizzatti (2012), Vergnano-Junger (2015a), Chiavegatto (2009) e Koch e Cunha-Lima (2007). Em nossa fundamentação teórica, apresentamos os modelos de leitura (ascendente, descendente e sociointeracional), acrescidos da perspectiva enunciativa da AD francesa e os classificamos dentro das perspectivas uni e muldirecional (VERGNANO-JUNGER, 2015b). Detalhamos, ainda, o processo de leitura, o papel da memória, a teoria de esquemas, o conhecimento prévio e as estratégias de leitura (COLOMER; CAMPS, 2000; LEFFA, 1996; KLEIMAN, 1992, 1996; KARNAL, 2015). Nossa metodologia consiste de três etapas: a) sondagem – na qual aplicamos um questionário visando traçar perfis de dublador e leitor do participante selecionado, assim como suas considerações a respeito da leitura na dublagem; b) observação de sessão de gravação – na qual vemos a prática leitora do participante, gerando um diário de pesquisadora e a transcrição dessa sessão; c) confrontação dos dados coletados – em que aplicamos uma entrevista a fim de esclarecer e complementar os dados coletados nas outras duas etapas. Para validação e ajuste de instrumentos e métodos, realizamos uma pesquisa piloto, cujo participante atua na cidade do Rio de Janeiro. A participante do caso estudado é atuante em São Paulo. Selecionamo-los com base nos critérios: a) ter na dublagem sua principal atividade; b) não exercer outra função no processo de dublagem e c) ser maior de idade. Os resultados apontam que a leitura tem um importante papel no processo de dublagem, embora a autopercepção da participante enfatize mais o aspecto de produção do texto oral do que a compreensão. Aparenta haver um continuum que integra a compreensão (leitora e audioviosual) e produção (escrita e/ou oral) de tradutores, demais dubladores e os consumidores, guiado pelo diretor. A direção artística é imprescindível para a construção de sentidos, pois é quem possui um conhecimento global do roteiro e do audiovisual e guia os processos dos demais envolvidos. A relevância deste estudo reside no ineditismo do tema, nos desdobramentos que permite a respeito da relevância do processo leitor, para além da sala de aula (em geral seu foco em estudos) e numa possível contribuição social em reivindicações trabalhistas dessa classe de artistas |