A escuta da escuta
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Artes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Artes |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7388 |
Resumo: | Esta tese dá a ver uma prática de pesquisa animada pelo exercício da anotação. As proposições artísticas aqui engendradas são compreendidas como pensamento em composição com as anotações escritas. A escuta da escuta é um pensamento que quer falar das relações que se dão de um para o outro, pouco mediadas ou mediadas apenas pelos corpos. Este trabalho acredita na potência da palavra e da imagem anotadas enquanto formas de dizer dessa mediação mínima da experiência pela qual o corpo vive. A escuta da escuta é gesto que busca se realizar, ser praticado, nos lugares onde há palavras em demasia, nos lugares onde ainda não há palavras e nos lugares onde palavras novas surgirão. A escuta é entendida como movimento de abertura que circula e que retorna, vai ao mundo político (em busca do que é da ordem do comum ) e retorna para o íntimo e novamente vai ao comum e assim segue. Aproximar duas conchas, inventar um jeito de recolher um livro que não mais existe de um incêndio de uma biblioteca, observar cachorros mortos na estrada, observar o rabo afetivo da cachorra domesticada, ler do jornal uma notícia que salta aos olhos, tudo sem quase nada produzir, mas sustentando um lugar que quer fazer mover as coisas, tirá-las de um passado e fazê-las movimentar-se pelo presente da anotação. Os autores (Roland Barthes, João Barrento, Jean-Luc Nancy, Jacques Lacan, Kazuo Ohno, Manoel Ricardo de Lima) e os artistas (Nuno Ramos, Leila Danziger, Marcel Duchamp, Allan Kaprow), entre outros, com os quais este trabalho conversa, suas noções e conceitos, funcionam como intercessores poéticos mais que teóricos, portanto, são enlaçadas por seus pormenores. Por fim, a escuta da escuta, enquanto uma ética, um modo de vida frente (e junto) ao mundo que, a cada dia, apresenta sua barbárie, será sempre um exercício em que não há lugar a se chegar: a prática da escuta é o próprio lugar sempre por se fazer, demandando o corpo em uma atividade sem finalidade. Esta pesquisa ensaia sustentar este lugar incerto e desconhecido enquanto o que alimenta a própria experiência, refazendo suas apostas diárias. Fazer persistir esta espécie de postura frente às ruínas pessoais e comuns é onde este trabalho acredita que a força da arte possa ser mais potente e mais sutil |