Herança genética materna dos principais grupos étnicos da Nigéria
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Biociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18640 |
Resumo: | A África é o local de origem do homem moderno e comporta hoje a maior diversidade genética, cultural e étnica do mundo. Por isto, tem-se visto cada vez mais estudos, tanto de genética populacional como antropológicos, sobre populações africanas. Parte desta diversidade pode ser observada na Nigéria (também conhecida como o “Gigante da África”), o país mais populoso do continente e sétimo mais populoso no mundo, com cerca de 250 grupos etnolinguísticos distribuídos por seu território. As particularidades da molécula de DNA mitocondrial, como a ausência de recombinação, altas taxas de mutação e transmissão uniparental, tem a tornado cada vez mais útil, essencialmente para estudos de evolução humana, genética de populações e investigações no âmbito forense. Além disto, estudos acerca da genética populacional são cada vez mais atrativos, despertando o interesse de indivíduos que buscam informações sobre a sua ancestralidade, como por exemplo, sobre o provável local de origem dos seus antepassados, antes da Diáspora negra. Este trabalho teve como objetivo caracterizar a diversidade genética de linhagens maternas dos três principais grupos etnolinguísticos da Nigéria, de forma a avaliar se a variabilidade genética encontrada possibilita a diferenciação étnica / etnolinguística de suas populações. Com estes dados, pretendeu-se também aumentar a informação disponível em base de dados forenses sobre linhagens maternas de populações africanas. Assim, amostras de 285 indivíduos do sexo masculino foram analisadas para a região controle do DNA mitocondrial. Foram encontrados altos valores de diversidade haplotípica nos três grupos: Hausa (HD = 0,9996 ± 0,0024), Yoruba (HD = 0,9992 ± 0,0013) e Igbo (HD = 0,9984 ± 0,0017). Os haplótipos encontrados pertencem majoritariamente ao macrohaplogrupo L (98%), característico de populações da África Subsaariana. Foram ainda encontrados quatro haplogrupos característicos do Norte da África e Eurásia, presentes, em sua maioria, no grupo Hausa. A comparação dos três grupos étnicos da Nigéria entre si não demonstrou diferenças estatisticamente significativas (p ≥ 0,5), como pôde ser observado pelas altas probabilidades de não diferenciação das amostras populacionais, associadas a valores negativos de FST. As distâncias genéticas encontradas na comparação com outras populações africanas também demonstraram proximidade dos três grupos etnolinguísticos com populações de países geograficamente próximos da Nigéria, ainda que não pertencentes à mesma família linguística. Tais resultados reforçam a persistência de um costume social / institucional que molda as relações entre as populações, bem como, a homogeneização das linhagens maternas das populações desta região do continente africano. Esta homogeneização reflete uma maior migração das mulheres, possivelmente promovida pela patrilocalidade. |