Estrutura populacional de duas espécies de octocoral na Baía de Guanabara (Rio de Janeiro, Brasil), com ênfase na biologia reprodutiva de Renilla muelleri Kölliker, 1872
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Oceanografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13912 |
Resumo: | A Baía de Guanabara é um importante ecossistema localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro, apesar da crescente degradação ambiental a baía ainda mantém uma grande diversidade. Duas espécies de octocoral são encontradas nessa baía: Renilla muelleri e Renilla reniformis. São colônias que habitam fundos arenosos, possuindo papel importante na teia trófica bentônica da região. O presente trabalho tem por objetivo verificar a distribuição espacial e temporal de R. muelleri e R. reniformis, presentes na baía, analisar a estrutura populacional dessas espécies e conhecer a biologia reprodutiva de R. muelleri. O material coletado foi oriundo da fauna acompanhante da pesca de arrasto de camarão, em cinco áreas da baía, durante dois anos (julho/2005 a junho/2007). Dados abióticos (temperatura, salinidade e oxigênio dissolvido da água de fundo) foram mensurados e amostras do sedimento foram coletadas para granulometria e matéria orgânica. Todas as colônias foram identificadas, medidas e pesadas. Foram selecionadas 10 colônias por mês de jan-dez/2006, para a análise histológica das estruturas reprodutiva. A variação anual da abundância foi significativamente diferente (t=-2,99; p<0,01) somente para R. muelleri e a variação temporal mostrou aumento na abundância durante o verão e outono, com redução durante o inverno para ambas as espécies. A abundância das duas espécies na baía está diretamente correlacionada com a porcentagem de areia no sedimento (rs=0,64; p<0,01) e inversamente correlacionada com a matéria orgânica (rs=-0,60; p<0,01). Esses fatores orientam a distribuição espacial das colônias, que mostrou diferenças entre as cinco áreas coletadas. Para R. muelleri, as áreas 1 e 2 (internas) foram diferentes das áreas 3, 4 e 5 (canal central e entrada da baía) (F=11,74; p<0,001). Para R. reniformis, as áreas 1 e 2 foram diferentes das áreas 4 e 5 (F=8,68; p<0,001). As duas espécies são mais abundantes na entrada e áreas intermediárias da baía. Em relação à estrutura de tamanho, as colônias de R. muelleri apresentaram largura média de 26,09 (±8,90) mm e comprimento médio de 13,97 (±4,06) mm. Já R. reniformis apresentou largura média de 16,78 (±4,50) mm e comprimento médio de 11,78 (±2,97) mm. Existe diferença significativa entre a largura média (t=14,70; p<0,01) e o comprimento médio (t=7,56; p<0,001) das colônias entre as duas espécies estudadas. O tamanho das colônias também apresentou diferença entre as áreas coletadas, sendo as colônias da espécie mais abundante, R. muelleri, menores (largura) na área do canal central (Área 3; F=284,9; p<0,01) e maiores (largura e comprimento) na área 5 (F=161,1; p<0,01), o mesmo ocorrendo em relação ao peso (F=105,7; p<0,01). Em R. muelleri a razão sexual encontrada não diferiu de 1:1 (ᵡ²=0,98; p=0,32) e as colônias não apresentaram dimorfismo sexual em relação ao tamanho. Este trabalho também analisou a gametogênese dessa espécie, os ovócitos e cistos espermáticos foram separados em três estágios de desenvolvimento com tamanhos que diferiram entre si (F=862,86; p<0,01 e F=13,63; p<0,01). A partir dos dados analisados podemos inferir que R. muelleri possui reprodução sazonal, ocorrendo principalmente nos meses da primavera e verão. O presente trabalho é um importante passo para o entendimento da ecologia e biologia reprodutiva dessas espécies, contribuindo para medidas futuras na conservação da fauna da Baía de Guanabara |