Ecologia de loliginídeos da Baía de Guanabara, com ênfase em Doryteuthis plei

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Moraes, Maria Cecília Medeiros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13903
Resumo: A Baía de Guanabara, apesar nível de degradação atual, ainda abriga muitos recursos vivos, dentre eles três espécies de lulas: Doryteuthis plei, Doryteuthis sanpaulensis e Lolliguncula brevis.Com o objetivo de caracterizar a estrutura populacional destas espécies, verificar variações espaço temporais do tamanho, sexo e maturidade, bem como analisar a dieta, os aspectos reprodutivos e o crescimento deD.plei, foram realizadas coletas na baía pelo projeto PELD Guanabara.Entre janeiro/2011 a dezembro/2014, três arrastos mensais (30 minutos)foram realizados em duas áreas da baía com características hidrológicas distintas (Canal Central e Enseada do Fundão). As lulas capturadas foram identificadas,, medidas, pesadas, sexadas e classificadas quanto ao grau de maturidade. Para D.plei, os estomâgos, gônadas de fêmeas e gladii foram retirados para análise. Foi capturado um total de 3.339 lulas, sendo 50,28% de D.sanpaulensis, 26,68% de D.plei, 15,93% de L.brevis e 7,11 % não foi identificado em nível específico. As três espécies se concentraram no Canal Central, área com melhor qualidade das águas. Temporalmente, D.sanpaulensis dominou nos verões, época em que a ACAS atinge a baía, também ocorrendo em outras épocas, geralmente associada a águas mais frias, a princípio não provenientes de ACAS. As demais espécies apresentaram grande variabilidade temporal, sem padrões sazonais distintos. Para as três espécies, mais da metade de suas populações foi composta por juvenis e, entre fêmeas e machos, mais de 70 % eram lulas subadultas.Além disto, foram encontrados comprimentos de manto (CM) baixos para D.plei (CM♀= 81,11± 3,63mm; CM♂= 82,66 ± 4,69 mm), D.sanpaulensis (CM♀= 52,10 ± 1,04; CM♂ = 42,82 ± 0,62) e L.brevis (CM♀ = 38,74 ±1,01; CM♂= 28,16 ± 0,37), demonstrando o caráter de Habitat Juvenil Efetivo da baía para os três loliginídeos,. Sobre a relação peso x comprimento, os coeficientes de alometria (b) encontrados para D.plei (b♀ = 2,39, b♂= 2,18), D.sanpaulensis(b♀ = 2,57, b♂ = 2,47) e L.brevis (b♀ = 2,61, b♂ = 2,40) foram, em grande parte, superiores aos encontrados na literatura, estando relacionadosao crescimento somático, visto que grande parte dos indivíduos não estava madura sexualmente, aliado a uma situação nutricional melhor das lulas na baía. Quanto à dieta de D.plei, foi encontrado um total de 69,74% dos estômagos com alimento, indicando a Baía de Guanabara como área de alimentação, sendo a espécie predominantemente piscívora (42,48%), visto que suas principais presas também foram compostas por indivíduos de menor tamanho. O índice de atividade alimentar foi significativamente maior para os juvenis. O CM50 encontrado está entre os menores relatados na literatura (CM50♀= 126,2 mm; CM50♂= 153,2 mm), sendo isto relacionado a maior taxa alimentar encontrada na baía. Este trabalho foi o primeiro a descrever a ovogênese de D.plei,que corroborou o caráter semélparo da espécie pelo ovário sincrônico e pela ausência de folículos pós ovulatórios. O crescimento de D.plei foi exponencial, com machos crescendo mais rapidamente do que fêmeas, sendo a idade média estimada para a maior parte dos indivíduos coletados de 140 dias, corroborando que se tratam de juvenis provenientes da desova do verão, visto que grande parte foi capturada durante o outono