Avaliação de risco ecológico associado à contaminação mercurial em dois estuários do estado do Rio de Janeiro: Baía de Guanabara e Baía da Ribeira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Rodrigues, Ana Paula de Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/4523
Resumo: A avaliação de risco ecológico é uma ferramenta utilizada como auxílio a tomada de decisão para o gerenciamento de ecossistemas. No estado do Rio de Janeiro, estuários como o da Baía de Guanabara vem sendo altamente impactado por atividades antrópicas como o lançamento indiscriminado de metais tóxicos, inclusive de mercúrio. Em ecossistemas aquáticos, o mercúrio participa de múltiplas reações, sendo a metilação responsável pela formação do metilmercúrio, que entra na cadeia alimentar, atingindo peixes e outros organismos do topo cadeia. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o risco ecológico devido à exposição mercurial na Baía de Guanabara, utilizando biomarcadores de exposição (Hg Total em músculo, sangue, hemácias e plasma) e efeito (acetilcolinesterase, micronúcleo, hemograma e fator de condição) em espécies de peixes. Como referência, foram utilizados os valores encontrados para peixes coletados na Baía da Ribeira, área reportada na literatura como não-impactada por fontes difusas e/ou pontuais. Na Baía da Ribeira foram coletados um total de 200 peixes de 4 espécies: 96 espécimes de Genidens genidens, 31 espécimes de Aspistor luniscutis, 33 espécimes de Haemulon steindachneri e 40 espécimes de Micropogonias furnieri. Na Baía de Guanabara foram coletados um total de 84 peixes de 2 espécies: 70 espécimes de Genidens genidens e 14 espécimes de Micropogonias furnieri. Os níveis de Hg total em músculo tanto para a Baía da Ribeira quanto para a Baía de Guanabara estão abaixo do valor considerado de referência (200 ng/g). As concentrações no músculo, sangue e hemácias dos espécimes menores de 200 mm de Genidens genidens são significativamente mais altas na área contaminada. As relações entre Hg total no sangue / hemácias e no músculo encontradas para todas as espécies estudadas (exceto M. furnieri) indicam o sangue como matriz confiável para avaliação da contaminação mercurial. Observou-se uma relação para HgM:HgSt de 8:1 e uma relação de HgM:HgHe de 4:1. Os fatores de bioacumulação calculados podem ser utilizados para prever o quanto um peixe acumulará através do tempo. Os fatores de bioconcentração sedimento:peixe calculados demonstraram que a Baía da Ribeira disponibiliza mais rapidamente o Hg para a cadeia trófica. Dos biomarcadores de efeito utilizados, os parâmetros hematológicos obtiveram melhores resultados, especialmente o hematócrito e o volume globular médio.