Intervenção nas letras: literatura e imprensa sensacionalista na Belle Époque
Ano de defesa: | 2019 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6295 |
Resumo: | Principal veículo de propagação de informações, reportagens, crônicas literárias e demais artigos, a imprensa da Belle Époque carioca também favoreceu a projeção dos literatos. O contexto possibilitou que literatura e jornalismo se engajassem em um projeto de reeducação pelo olhar, cuja intenção se destinava a ensinar, ou mesmo civilizar , o cidadão à vida moderna. As narrativas literárias nos jornais da época exibiam sintonia com tal projeto, ao mesmo tempo em que repercutiam o contexto de transformação da capital federal com inspirações coletadas das ruas, da vida urbana e dos próprios faits divers impressos em periódicos. Representaram os novos riscos e perigos (crimes hediondos, assassinatos, suicídios, roubos, assédios, atropelamentos, acidentes diversos etc.) tanto quanto os mistérios e as seduções da vida noturna, do universo underground do Rio (prostituição, jogatinas, consumo de drogas e bebidas etc.). Esses temas, que também interligavam as zonas marginalizadas da cidade ao centro, pela leitura, foram transportados às produções literárias dos jornais sob um viés sensacionalista, o qual focalizava o medo, o espanto, o choque, a sedução, o êxtase, o fascínio. Neste estudo, pretende-se examinar um conjunto de crônicas que atualizaram e educaram os leitores para a percepção de novas sensibilidades na experiência urbana/moderna e que inflamavam o diálogo tenso entre o discurso jornalístico e a estética literária. Busca-se compreender como as crônicas possibilitaram a representação e a experimentação de novas emoções, sensações e ações, problematizando a noção de sensacionalismo e, em certa medida, realizando intervenções sensacionais nos sujeitos e no cotidiano da cidade. Para tanto serão discutidas técnicas literárias diversas até as ilustrações gráficas, consideradas estratégicas para ampliar o campo sensorial, estimular a leitura e a visualidade. Foram selecionadas as seguintes obras de três literatos-jornalistas: O Subterrâneo do Morro do Castelo e Vida urbana, de Lima Barreto; Vida Vertiginosa e A alma encantadora das ruas, de João do Rio; e Mistérios do Rio, de Benjamim Costallat |