Apresentadores de programas policialescos como candidatos políticos: uma análise sobre as interações entre violência, sensacionalismo e populismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Tavares, Thayane Guimarães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33432
Resumo: Esta pesquisa analisa discursos de José Luís Datena e Vitor Valim, enquanto apresentadores dos programas policialescos Brasil Urgente e Cidade 190, respectivamente. A pesquisa tem como objetivo identificar as estratégias discursivas desempenhadas por estes atores na construção de suas imagens como autoridades políticas perante suas audiências a ponto de serem alavancados como legítimos representantes de parcela da população na institucionalidade brasileira. Para isso, utilizamos a Análise de Discurso como referencial teórico-metodológico, além de conceituações e análises sobre a violência, o sensacionalismo e populismo como instrumentos analíticos. Esta pesquisa, portanto, além de propor uma gramática discursiva dos apresentadores de policialescos, também sugere interseções entre sensacionalismo e populismo, enquanto modos discursivos, culminando na elaboração de uma proposta conceitual e analítica para a categoria comunicador-político, tomando como referencial os apresentadores policialescos que se candidatam a cargos políticos. Como resultado, foram identificadas seis estratégias centrais que constituem a gramática discursiva dos comunicadores-políticos. Entre elas, o acionamento de um passado glorioso em que o Estado seria mais combatido e eficiente no enfrentamento à violência; a reiteração da ineficácia do Estado em satisfazer o que seria a demanda central da população e a construção de si mesmos (os apresentadores) como cidadãos que conhecem as dores do Povo e, portanto, são os escolhidos por Deus para travar a batalha do Bem contra o Mal, em defesa da população. Por fim, demonstramos que sensacionalismo e populismo não são fenômenos inteiramente distintos. É a estrutura discursiva sensacionalista, que foi se construindo ao longo do tempo a partir do diálogo com outras linguagens midiáticas que circulam há séculos entre as camadas populares e que conforma estratégias de articulação das audiências, que será incorporada e adaptada ao espectro político institucional na construção dos discursos e experiências populistas.