Ouvindo sinais: ensino de língua portuguesa escrita para surdos e seus desafios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Calixto, Hector Renan da Silveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação da Baixada Fluminense
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10057
Resumo: As transformações que a sociedade contemporânea assiste, especialmente àquelas relacionadas à diversidade, às diferenças, e à inclusão, desencadeiam um conjunto de ações tanto de políticas públicas quanto de determinações legislativas. No Brasil, dentre o conjunto dessas ações, uma das mais impactantes é a que se refere à inclusão educacional dos sujeitos surdos, com destaque para determinação do ensino de Língua Portuguesa na modalidade escrita para surdos. Diante disso propõe-se o presente estudo com questão principal da investigação: quais os desafios que se colocam para o ensino de LPE para surdos considerando-se as relações que os professores estabelecem com essa modalidade de ensino? Para responder à questão proposta a discussão se inicia com a revisão teórica estruturada a partir dos seguintes eixos: ensino de LPE como língua não materna (MOURA, 2013; MARTINEZ, 2009; BOLACIO FILHO, 2012; RIBEIRO, 2013); ensino de escrita e letramento (KLEIMAN, 1995; GRAFF, 1991; HEATH, 1982; STREET, 1984; 2003; BARTON, 2007; HAMILTON, 2000; BARTON; HAMILTON, 2000; 2004; SOARES, 1998; 2004; SIM-SIM, 1989; ROJO, 2008; 2009; 2012; OSÓRIO, 2006; KOCH, 2000); princípios norteadores da ação docente (NÓVOA, 1995; TARDIF, 2002; SILVA; ALMEIRA; GATTI, 2016; CHARLOT, 2000; RAHME; MRECH, 2008; CHEVALLARD, 1998; DOLZ; SCHNEUWLY, 2004); e educação de surdos e seus contextos (SALLES et al, 2004a; 2004b; ROCHA, 1997; BENTES, 2010; LODI, 2013; BOTELHO, 2002; BRASIL, 2005). Tem-se como objetivo analisar criticamente o ensino de LPE para surdos tomando como foco as relações que os professores estabelecem com essa modalidade e com os princípios norteadores da ação pedagógica. De forma específica: mapear eixos que organizam as discussões sobre o ensino de LPE para alunos surdos; compreender como os professores que atuam com ensino de LPE para alunos surdos, no contexto da Baixada Fluminense, se relacionam com esse ensino, com os surdos e com eles mesmos na condição de professores de surdos; identificar por meio das narrativas desses professores quais os princípios orientadores da organização do ensino de LPE para alunos surdos no contexto da Baixada Fluminense. Utiliza-se como metodologia a abordagem qualitativa, inspirada nos pressupostos da pesquisa-ação, com o levantamento de dados por meio de registro de narrativas de professores que atuam com ensino de LPE para alunos surdos no contexto da Baixada Fluminense. Os resultados, de forma geral, apontam: o olhar do professor para o aluno surdo ainda é transversalizado por equívocos, os quais vão desde o desconhecimento teórico sobre o surdo e a surdez até a presença de traços de permanência de crenças e expectativas; os professores atuantes no ensino de LPE para alunos surdos estabelecem relações com esse ensino a partir das fragilidades apresentadas em relação ao domínio da LPE; e as formas pelas quais os professores compreendem o ensino de LPE como oportunidade de letramento para alunos surdos parecem permeadas pela noção de necessidade de saber ler o mundo. Dessa forma, é indicado que esses professores se constituam como tal a partir das suas experiências, crenças e expectativas, e que a formação inicial, aparentemente, não supre as necessidades de fundamentação teórica para atuação nesse ensino.