As narrativas da terra-personagem em “Vidas secas”, “Terra sonâmbula” e “A jangada de pedra”
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16543 |
Resumo: | Esta tese busca demonstrar em três narrativas das literaturas brasileira, moçambicana e portuguesa, a saber: Vidas secas, Terra sonâmbula e A jangada de pedra, a presença da terra, considerada nesta análise como personagem das referidas narrativas, e seu modo de atuação determinante e definitivo para os destinos das outras personagens desses romances. Pelo viés comparatista, os três romances apresentam a intrínseca relação do sujeito no espaço que habita e/ou percorre, moldando a vida e comportamento do sujeito que sofre influências sociais e políticas do meio em que está inserido. Será observado também o caráter transitório que a terra tornada personagem apresenta na medida em que se pode atribuir à sua “vontade” os caminhos a serem percorridos pelas personagens. Na obra Vidas secas, por exemplo, o enfoque é o sertão nordestino, a terra árida que influencia não só o modus vivendi dos seres que nela “subexistem”, bem como o narrador onisciente criado pelo autor brasileiro. Em relação à Terra sonâmbula, é relevante demonstrar que a literatura em África configura-se como tentativa de manter sua cultura viva, em movimento como a própria terra apresentada pelo escritor moçambicano. Já em A jangada de pedra, são as relações políticas, sociais e históricas decorrentes do súbito deslocamento iniciado pela Península Ibérica e o modo como tal movimentação transforma o cotidiano das personagens saramaguianas que são destacados neste estudo. As possibilidades de intersecção entre as produções de Graciliano Ramos, José Saramago e Mia Couto contribuem para o alargamento da dinâmica comunicativa que há entre Brasil, Portugal e Moçambique. Adotando-se ainda a perspectiva comparatista, a tese tece um breve diálogo entre essas narrativas e a sua realização cinematográfica, privilegiando a imagem da terra. Como aparato teórico para a análise dos romances, além da fortuna crítica relativa a cada uma das obras e autores, essa investigação partiu dos pressupostos teóricos dedicados aos estudos da Geopoética e de nomes como Benjamin Abdala Júnior, Eduardo Lourenço, Zygmunt Bauman, Michel Collot, Umberto Eco, Letícia Malard, Ana Paula Arnaut, Sonia Brayner, Christian Metz, entre outros. Além disso, entrevistas concedidas pelos próprios autores contribuíram para o enriquecimento do presente estudo |