A representação social da saúde e da doença para candomblecistas da nação Ketu: conhecimentos, pandemia e cuidados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Reis, Eudaci da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19002
Resumo: Este trabalho tem como objeto de estudo as representações da saúde e da doença para os candomblecistas da nação Ketu, na região da Baixada Fluminense no Rio de Janeiro, e como objetivos: descrever as representações sociais da saúde e da doença para os praticantes do candomblé da nação ketu; descrever práticas de cuidado em seus terreiros e em suas vidas religiosas; analisar estas representações com vistas apontar cuidados para este grupo social. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, embasado na teoria das representações sociais, a partir do olhar da abordagem processual. Foi desenvolvido na região da Baixada Fluminense com 30 iniciados nesta nação do candomblé, de diferentes terreiros. Os dados foram coletados em duas etapas, sendo a primeira através de um questionário sociodemográfico para a caracterização dos participantes e a segunda através da entrevista semiestruturada e em profundidade. A análise dos dados se deu pela estatística descritiva, com apoio do software Excel for Microsoft®, para os dados quantitativos, e através da análise lexical a partir do software Iramuteq, para os qualitativos. Foram adotados e obedecidos todos os requisitos de ética em pesquisa e a aprovação de sua eticidade pode ser observada no parecer: 4.021.453 e no CAAE31050020.00005282. Com relação à caracterização, destaca-se que 56,7% são mulheres, 54% possuem idade até 44 anos, 73,3% estudaram até o ensino médio e 56% possuem até 14 anos de iniciado. A análise gerou dois grandes eixos e cinco classes, que foram assim divididos: Eixo 1, o mundo religioso do candomblé e o processo saúde, doença e a morte, composto pelas classes 5, o desenvolvimento na fé dos orixás a partir do processo de saúde e doença: sentidos, aprendizados e morte; Classe 2, o processo de cuidado nos terreiros de candomblé: do diagnóstico ao tratamento; e Classe 4, entre o humano e o divino: ancoragens da pandemia da Covid-19. Ao mesmo tempo, o Eixo 2, entre o equilíbrio e o desequilíbrio: representações saúde e da doença, composto pelas classes 1, adoecer para os adeptos do candomblé: a tensão entre as dimensões negativas e positivas da vida e a presença do cuidado integral ao corpo humano; classe 3, conceitos de saúde para os candomblecistas: integralidade e políticas públicas. Conclui-se que as representações da saúde e da doença se relacionam à integralidade humana, ao desequilíbrio nesta integralidade e ao seu novo alcance em função do axé.