Cesareia Marítima: uma análise sociocultural do plano urbanístico de Herodes Magno no século I a. C.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, Junio Cesar Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18000
Resumo: Essa produção historiográfica parte do pressuposto de que os indivíduos domiciliados na cidade de Cesareia no século I a. C., apesar da diversidade sociocultural, religiosa e política que caracterizava a cidade desde sua fundação, respeitaram a demarcação das áreas culturais feitas por Herodes em seu plano urbanístico, sem prejuízo para a preservação de sua identidade ou importação/exportação de novos elementos socioculturais. Mais do que revelar o rei Herodes, a cidade de Cesareia Marítima denuncia quais foram as suas escolhas políticas, bem como, as relações socioculturais que o rei dos judeanos desejava preservar. O “Herodes de Cesareia”, apesar de sua singularidade cultural, era tão plural quanto qualquer um habitante da cidade. A organização do espaço problematiza a sua formação cultural, mostra seu vínculo identitário não somente com a sociedade judaica, mas, ainda, com as demais comunidades de gregos, sírios e romanos que se domiciliavam na região. Assim, conhecer Cesareia não significa apenas compreender Herodes, mas também perceber como esses indivíduos se relacionavam com o espaço concreto, conjugavam identidade e alteridade e faziam da cidade planejada pelo rei dos judeanos um lugar antropológico. Essa é a nossa busca. Através da análise sociocultural do plano urbanístico aplicado a cidade de Cesareia Marítima esperamos atravessar essas comunidades culturais a fim de encontrar o rei Herodes, ou melhor, o “Herodes de Herodes”, aquele que não faz parte do discurso judaico-cristão. Acreditamos que o levantamento territorial e a comparação entre alguns vestígios arqueológicos reunidos no Caesarea Harbor National Park e o discurso polêmico de Flávio Josefo nos possibilitarão lidar com a problemática da nossa pesquisa a partir de um dispositivo teórico e procedimento metodológico que dê conta de toda documentação. A cidade de Cesareia Marítima tornou-se uma das maiores cidades do Oriente romano e no século I d. C. ela assumiu o lugar de Jerusalém como capital da Syria et Palaestina e sede do governo romano na região. A cidade prosperou ainda mais nos anos que se seguiram, ampliou suas relações comerciais e tornou-se um centro oriental importante para o cristianismo, judaísmo e islamismo. Inquirimo-nos se realmente poderíamos tratar os enfrentamentos iniciais relatados por Josefo como evidências de que a execução do plano urbanístico de Herodes não foi bem-sucedida devido a diversidade sociocultural.