Junho de 2013: imagens de um Brasil em disputa
Ano de defesa: | 2021 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Ciências Sociais Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19997 |
Resumo: | Nesta tese argumenta-se que as manifestações de Junho de 2013 foram um evento extremamente visual e que as imagens tiveram papel fundamental no seu desenrolar. O estudo se fundamenta na análise das imagens fotográficas produzidas e publicadas pelos três maiores jornais do país - O Globo, Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo - e pelo coletivo midiativista Mídia Ninja, tomado como representativo dos grupos midiativistas que participaram das manifestações. São postuladas duas hipóteses principais. Em primeiro lugar, procurando fugir à polarização que predomina no debate público e acadêmico sobre o tema, defende-se que Junho foi um evento multifacetado, contraditório, multicausal e polissêmico e que isto se deve, ao menos em parte, ao modo como as imagens ganharam centralidade em seu decurso. As manifestações foram o ponto de encontro de grupos sociais de origens, motivações e interesses muito distintos, não raro conflitantes, que, muito antes de 2013, davam sinais de insatisfação e que, num contexto de efervescência social, foram decisivamente estimulados à participação pelas imagens. Produzidas, difundidas e compartilhadas aos milhares, as imagens foram instrumento de informação, denúncia, mobilização, sensibilização e afirmação de valores. Mas também foram objeto de disputa. O recurso a elas para retratar o que se passava nas ruas, quem estava nelas e o que se reivindicava deu origem a uma verdadeira batalha comunicacional, protagonizada, por um lado, pelos meios de comunicação hegemônicos, e, por outro, por grupos midiativistas e manifestantes independentes. É justamente nesse sentido que se afirma a segunda hipótese: a batalha a que se refere refletiu não apenas um enfrentamento entre modelos distintos de comunicação social, mas também o encontro conflituoso entre formas incongruentes de conceber, narrar e representar a política, a sociedade e a nação. Enquanto os veículos tradicionais, num primeiro momento, condenaram as manifestações e, após a massificação das mesmas, passaram a retratar os grupos mais conservadores como seus protagonistas, os grupos midiativistas – com destaque para a Mídia Ninja – optaram por uma narrativa de valorização dos protestos e de grupos subalternos. Compreender, portanto, como esta disputa pelos significados de Junho se deu por meios das imagens constitui o grande objetivo deste trabalho. |