Percursos literários: o olhar itinerante de João do Rio nas crônicas urbanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lima, Vanessa Medeiros de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23485
Resumo: A pesquisa propõe um estudo das crônicas de João do Rio produzidas durante a Belle Époque no Rio de Janeiro e procura discutir como suas caminhadas pela cidade influenciaram sua abordagem literária. Ao percorrer as ruas, o cronista captura a cidade, experienciada a partir dos passos e atualizada através do deslocamento como um espaço dinâmico e multifacetado. Busca-se compreender como a caminhada de João do Rio pela cidade não apenas desloca elementos espaciais, mas também reinventa, privilegia e destaca aspectos específicos do ambiente urbano. A leitura das crônicas, reunidas em A Alma Encantadora das Ruas, revela a habilidade do cronista em se aproximar do flâneur, adotando uma postura observadora, ao mesmo tempo em que incorpora elementos que se aproximam da escrita etnográfica, proporcionando uma compreensão mais profunda das camadas sociais consideradas marginais. Há ainda uma perspectiva próxima à do cartógrafo e surge como uma forma que transcende a representação espacial, permitindo a análise de fenômenos complexos e uma compreensão multidimensional do espaço urbano. A leitura das crônicas permite ainda a reflexão sobre as condições laborais e como estas ajudam a construir o tecido urbano em constante transformação. Além disso, pretende-se examinar a tensão entre "espaços luminosos" e "espaços opacos", destacando como João do Rio revela as camadas menos visíveis da sociedade carioca e contribui para perceber a mútua relação entre a crônica e a cidade, no início do século XX